Sem querer, juntáramo-nos, na mesma mesa, e começámos a falar sobre a Igreja dos nossos tempos, uma Igreja que está sendo questionada no mais fundo da sua vocação, identidade e missão, ou seja, para o que ela existe como mandato deixado por Cristo, segundo o evangelho de S. Marcos: “Ide por todo o mundo, e anunciai a Boa Nova a toda a criatura”. Era um leigo comprometido, interessado, reflexivo. O que afirmava, afirmava-o porque já tinha pensado nisso. Porque já se tinha perguntado, muitas vezes, tal como eu, sobre a Igreja dos nossos tempos. E a determinada altura disse. Vivemos em tempos de desgraça. Na verdade, eu também já tirara a mesma conclusão. Também eu tivera este tipo de pensamento. Não me conformo muito, como já manifestei, com a forma de ser da Igreja hoje. Mas, aos poucos, no meio do nosso diálogo, comecei a pensar que, afinal este tempo, pode ser, muito bem, um tempo de graça. Já ultrapassámos aquela fase, aquele tempo da Igreja em que, aqui no Ocidente, quase se nascia cristão. Já lá vai o tempo em que não questionávamos a nossa fé. Não questionávamos o que o Magistério da Igreja dizia. Não nos interessava se o padre era assim ou assado. Aceitávamos tudo como se essa forma de aceitar fosse um dado adquirido. No meio de tantas crises, que alguns chamam crises de Deus, da Igreja, da Fé e da própria sociedade, deparamo-nos, afinal, com a oportunidade de ir ao centro da questão. A oportunidade de nos recentrarmos no essencial. A oportunidade de reencontrarmos a verdadeira Igreja de Cristo.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "A irmã Graça"
Desejo a todos os meus amigos e visitantes um ano de 2020 cheio de Deus!
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