Depois de um ano de labuta intensa, chegou a hora de fazer uma pausa. Ultimamente não poude vir como desejaria, bem o repararam. Estive ainda mais ocupado do que o hábito que já costuma trazer muita ocupação. Mas fez-me bem estar ocupado, pois neste momento, após um ano de canseiras, sinto missão cumprida. Sinto que fui usado por Deus para a Sua Messe. Cansado, mas bem usado por Ele. Obrigado Senhor. Vivam as férias! Até breve!
quinta-feira, julho 26, 2007
domingo, julho 15, 2007
Sinto-me uma pecadora
Veio numa hora sem movimento. Uma hora tardia. Não foi directa no assunto. Mas as palavras eram directas. Contidas, mas directas. Não sei por onde começar. Continuei em silêncio. Deixei que ela escolhesse as palavras. Se veio ao meu encontro, já tinha encontrado a força necessária. A mais difícil. Agora era uma questão de tempo e de palavras. E no meio de umas tantas deambulações, soltou quatro. Traí o meu marido. E não me sinto bem em relação a ele e em relação a Deus. Sinto-me uma pecadora. Quero ser forte. Mas o meu coração recorda a outra pessoa. Amas ainda o teu marido, perguntei. Respondeu que sim. Mas que não sabia como lidar com a situação. Ele perdoava, mas ela não se sentia capaz de se sentir perdoada. Até porque não esquecia os momentos com a outra pessoa. E eu encontrei-me a louvar a sua honestidade. Senti que isso era ainda mais importante que a traição. E desejei-lhe muita força. Nós, cristãos, somos tão santos como pecadores. Tão fortes como tão fracos. Sinceramente, penso que uma das nossas vitórias é podermos assumir que somos fracos. Como Jesus. Assumir as nossas fragilidades com humildade. Fui mais longe quando disse Não te envergonhes de ser frágil. Quanto à tua fragilidade, leva-a nos ombros apenas como isso, uma fragilidade. As paixões são muito descontroladoras e muito superficiais. São rápidas a consumir e a desaparecer. São fruto e consequência de desejos. O amor é mais profundo. Mais doloroso. Mais difícil. Complicado… mas mais interessante. A paixão resulta do desejo inato de prazer. O amor do desejo natural de ser feliz. Tens de fazer esta distinção. Se te sentires fraquejar, descobre a tua força interior e percebe à tua volta como o que tens neste momento é belo. Procura dar-lhe novo sabor. À tua relação com o marido. Procura dialogar. Demonstrar o que sentes e deixar que ele faça o mesmo. Deita-te nos braços dele e sente como é bom ter quem nos aconchegue com verdade. Ainda que com rotina. Não há nada melhor que termos com quem partilhar-nos totalmente... E não só sexualmente…
quarta-feira, julho 04, 2007
Afinal isto é Dele e não meu
Hoje é um daqueles dias em que se berra com Deus. Li há tempos que também era rezar. Mas não me apetece chamar-lhe assim. Busco dentro de mim respostas e forças para o que tem de ser, mas o cansaço não me permite encontrá-las. O estômago anda às voltas. Os berros surgem para os que me surgem. Ou se não surgem, surge o rosto desesperado que leva a perguntar que tenho. Não é costume. Amar não cansa. Cansa é amar desta forma. Ontem deitei-me já hoje, mas pouco depois da uma hora. Levantei-me passada outra hora, porque o sono que pesava não tinha força suficiente para lutar contra os pensamentos, os raciocínios, as imagens, as resoluções. Tem acontecido. Por isso tenho acordado mais cansado que quando me deito. Mas levanto que há muita coisa para ser feita. Com os amigos falo a correr ou corro com eles. Não há tempo. Por isso Lhe berrei de manhã, perguntando o motivo de me ter feito assim, padre, nesta época das correrias e dos stresses, assim, a cumprir com demasiado zelo o que acho que tenho de cumprir e que pode até nem ser o essencial. Mas é essencial para mim, ou para os outros, através de mim. Sosseguei um pouco mais à tarde já. Uma vez que Ele não parecia ter os ouvidos bem abertos aqui em casa, saí para a sua melhor casa cá no sítio, o Sacrário. Falei, falei, falei. De vez em quando parava para sentir a resposta. Não ouvi, mas pareceu-me que algo acontecia porque sossegava. Rezei-Lhe a minha vida, as minhas correrias, os meus cansaços. Pedi que não me deixasse ir abaixo que havia quem precisasse de mim. Pedi que fosse Ele a fazer através de mim. Agradeci o que me tem dado e as capacidades que me deu para aguentar e ainda fazer. Saí porque o telemóvel tocou como uma sirene para ir fazer o que tinha de ser feito. Pelo menos saí a sorrir. Afinal isto é Dele e não meu.
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