As pessoas vivem em permanente desconfiança. Fazem-no em relação a quase tudo e a quase todos.... humm... faz-me desconfiar. E claro que desconfio, pois no que se refere à Igreja sobe-se ao transcendente, isto é, a desconfiança passa dos limites do conhecido. Suspeita-se sempre da Igreja. O religioso é suspeito. Se afirmares que és cristão, tornas-te suspeito. Se afirmares que vais à missa, és já um suspeito perdido. Se contares que estás a pensar em ser padre tornas-te um suspeito a achincalhar. Se te ordenares padre, tornas-te um suspeito conhecido. Se te tornares pároco, tornas-te, aos olhos dos teus paroquianos, não só suspeito, como o suspeito. Tornas-te um dos suspeitos mais perdidos, conhecidos e a achincalhar. Tornas-te um dos alvos preferidos da suspeição dos teus paroquianos.
Acontece muito alguns garantirem ter visto isto e aquilo, esquecendo que a mente vê sobretudo o que nós queremos. No café ou na fábrica toda a gente viu ou sabe quem viu. Toda a gente garante que se viu.
A mim já me viram em diversas poses, perfis, silhuetas, posições. Inclusive me viram à mesma hora em que celebrava a Eucaristia a beber um café em determinado café. Já me viram muito bem acompanhado, convenhamos, ou em locais muito interessantes, ou a fazer coisas interessantíssimas. E já conseguiram juntar estas três. Encontraram-me num local que não conheço com uma pessoas da paróquia que, independente de ser gorda ou magra, alta ou baixa, não me diz nada em termos de beleza ou de simpatia, a fazer a mais recôndita das acções. E depois fala-se, em segredo, que o padre não pode saber que a gente sabe. Mas há sempre alguém que se descai. Faz parte da novela. Ou se descai porque é amigo e quer o bem. Ou se descai porque tem de ameaçar o padre. Ou se descai porque tanto segredo não cabe em tão pequena boca. Na primeira observação quase sempre me rio. Por isso quando me contam algo de outros colegas sacerdotes, nunca acredito. Às vezes também fico a pensar. Mas digo que não acredito. No entanto, quando penso nas pessoas que podem estar a sofrer à custa do padre, porque alguém tinha de ser visado para apimentar a novela, fico indignado. Já para não falar nas vezes em que somos insultados. Um dia chegaram a indicar-me o caminho do inferno. Que era lá o meu lugar.
Até entendo que o padre, como figura mais ou menos pública, seja motivo de conversa. Mas não entendo que as pessoas coloquem na boca, nos pensamentos e nas acções de um padre, aquilo que ocupa a maior parte das suas lucubrações e desejos. Das suas, que se refere a elas, óbvio.
Não há morangos com açúcar ou abraça-me ou atira-te a mim ou o não sei quê, que eu não fixo os nomes das telenovelas, que chegue aos calcanhares destas.
Acontece muito alguns garantirem ter visto isto e aquilo, esquecendo que a mente vê sobretudo o que nós queremos. No café ou na fábrica toda a gente viu ou sabe quem viu. Toda a gente garante que se viu.
A mim já me viram em diversas poses, perfis, silhuetas, posições. Inclusive me viram à mesma hora em que celebrava a Eucaristia a beber um café em determinado café. Já me viram muito bem acompanhado, convenhamos, ou em locais muito interessantes, ou a fazer coisas interessantíssimas. E já conseguiram juntar estas três. Encontraram-me num local que não conheço com uma pessoas da paróquia que, independente de ser gorda ou magra, alta ou baixa, não me diz nada em termos de beleza ou de simpatia, a fazer a mais recôndita das acções. E depois fala-se, em segredo, que o padre não pode saber que a gente sabe. Mas há sempre alguém que se descai. Faz parte da novela. Ou se descai porque é amigo e quer o bem. Ou se descai porque tem de ameaçar o padre. Ou se descai porque tanto segredo não cabe em tão pequena boca. Na primeira observação quase sempre me rio. Por isso quando me contam algo de outros colegas sacerdotes, nunca acredito. Às vezes também fico a pensar. Mas digo que não acredito. No entanto, quando penso nas pessoas que podem estar a sofrer à custa do padre, porque alguém tinha de ser visado para apimentar a novela, fico indignado. Já para não falar nas vezes em que somos insultados. Um dia chegaram a indicar-me o caminho do inferno. Que era lá o meu lugar.
Até entendo que o padre, como figura mais ou menos pública, seja motivo de conversa. Mas não entendo que as pessoas coloquem na boca, nos pensamentos e nas acções de um padre, aquilo que ocupa a maior parte das suas lucubrações e desejos. Das suas, que se refere a elas, óbvio.
Não há morangos com açúcar ou abraça-me ou atira-te a mim ou o não sei quê, que eu não fixo os nomes das telenovelas, que chegue aos calcanhares destas.