Contaram-me. Um amigo. Alguém que sabia o que dizia e onde queria chegar. Tudo se passara há uns anos atrás, numa tribo africana. Não eram propriamente os missionários, mas um grupo de gente cristã bem intencionada, gente de fé. Andavam por todo o lado, na tribo, a pregar, a evangelizar. E então, com toda a ternura possível nestes ambientes, explicavam que Jesus era bom, muito bom. Muitíssimo bom. Que até Se deixara matar por amor, que Se deixara bater e que O espezinhassem também. São palavras que ele utilizou. E que estava sempre disposto a dar a outra cara. Que até Lhe tinham escarrado na face e O tinham pregado numa cruz. Não deve ter sido passado muito tempo, segundo me constou. Uma horas apenas após a denodada pregação. Um ancião da tribo. Daqueles que têm a primazia de tomar a palavra. Não. Respondeu que não. Que esse Jesus não era um gajo fixe. Deve ter dito de outra forma, na linguagem dele. Que ele não podia ser um gajo fixe. Que era uma mulher. Não era guerreiro. Só podia. Um homem não deixa que façam isso. E acrescentava o meu amigo no final da história, que me deixou de olhos escancarados e dentes cerrados para conter - deixa cá ver que emoção devo transmitir! – um esboço de um sorriso contido. Temos de mostrar a esta gente, e a todos os cristãos, e a todos os homens de boa fé, ou de má fé também, que Jesus vale a pena. Que Cristo era forte, alegre, dinâmico, vivo, revolucionário. Que Cristo dá sentido à vida.
Foram estas as palavras do meu amigo. Ouvi e acenei com a cabeça. Para a direita e esquerda?! Para cima e para baixo?! Das duas maneiras, mas não ao mesmo tempo.
Foram estas as palavras do meu amigo. Ouvi e acenei com a cabeça. Para a direita e esquerda?! Para cima e para baixo?! Das duas maneiras, mas não ao mesmo tempo.