És o que não sei ter no meu quarto vazío
És quem o preenche para o soltar
Como vento, a soprar dentro das janelas
Como se fossem elas cada braço para te agarrar
À força de te ter as encerro
Depois de as quebrar para tu entrares
És a chuva que cai sobre as minhas lágrimas
encostadas ao teu rosto para as respirar
És cada minuto que tenho e não tenho
nas mãos cruzadas a agarrar, o quarto
As mesmas mãos que levam o quarto esquecido
pronto para voar
quarta-feira, junho 28, 2017
sexta-feira, junho 23, 2017
uma flor [poesia 150]
A flor que ontem, nos lábios, me trouxeste
Secou na madrugada de um dia que chegou
No coração se quedou, dentro de mim,
como o que é oferta e o que é uma flor
O que ontem foi amanhã não será
Ainda que teimes em querer voltar lá,
com outra flor
Secou na madrugada de um dia que chegou
No coração se quedou, dentro de mim,
como o que é oferta e o que é uma flor
O que ontem foi amanhã não será
Ainda que teimes em querer voltar lá,
com outra flor
terça-feira, junho 20, 2017
Uma profissão de fé com pouca fé
Eu sei que isto parece mais uma das minhas queixas. Mas queixo-me só para ti, Senhor, baixinho, para que ninguém ouça o meu coração de padre a palpitar. Entrego-te estes miúdos que andam na catequese e que vão fazer a festa da profissão de fé. Entrego-te em especial aqueles que não voltaram a confessar-se desde a primeira comunhão, há três anos. E aqueles que não sabiam o acto de contrição para se confessar. E aqueles que pouco mais voltaram à missa e que, envergonhados, diziam que costumavam ir algumas vezes, que é o mesmo que dizer poucas, ou muito poucas. E aqueles que já nem sabem a oração do Pai-Nosso. Sim, essa oração que cada cristão deveria ter na ponta da língua, e que, pelo menos, este miudos tinham aprendido há quatro anos quando, na catequese, fizeram a festa do Pai-Nosso.
Senhor, peço-te por eles, e pela Igreja dos tempos actuais que vive desta forma desprendida daquela que é a verdade da fé. Peço-te, em último lugar, por mim, para que não esmoreça a vontade de ser um verdadeiro modelo de fé, um verdadeiro testemunho do Evangelho, e não deixe de cumprir, em cada tarefa eclesial ou sacerdotal, o mandato que deixaste aos teus apóstolos de anunciar a Boa Nova, isto é, evangelizar.
segunda-feira, junho 05, 2017
simplesmente fé [poema 149]
Este pequeno nada
Que em mim é tanto
Cresce em pouco
E nada
Cresce enquanto
Tu queres e eu quero
Tanto
Que em mim é tanto
Cresce em pouco
E nada
Cresce enquanto
Tu queres e eu quero
Tanto
quinta-feira, junho 01, 2017
cabelo ao vento [poema 148]
Quem melhor me penteia é o vento.
Esse que serpenteia como o tempo
na hora interior de um momento,
É ele quem sabe cada cabelo que tenho.
E é por ele que eu venho
Até ao cimo da estrada
Venho e volto de mão dada
com o meu cabelo ao vento
Esse que serpenteia como o tempo
na hora interior de um momento,
É ele quem sabe cada cabelo que tenho.
E é por ele que eu venho
Até ao cimo da estrada
Venho e volto de mão dada
com o meu cabelo ao vento
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