Calquei de novo a calçada a meio da manhã de ontem. Percorre-se a calçada como se percorre a vida. Umas vezes vamos lá para baixo de vila. Outras para cimo de vila. A vida também se percorre assim. Umas vezes caímos. Levantamos. Corremos. Pé ante pé. Arrastamo-nos. È assim a vida. Altos e baixos. Por isso é bom termos ao nosso lado quem nos ajude a levantar e a procurar que o caminho se faça.
Calquei a calçada, desta vez para o meu café a meio da manhã. Entrei como de hábito. A sorrir para o pessoal. Uns já levados do álcool. Outros desempregados. Outros transeuntes como eu. Ó ti António, viro-me para ele. Amanhã é dia de confissão. Não se esqueça de aparecer. Sorrio. Ele também. Já temos este à vontade. Pois, pois, padre. Para que hei-de eu lá ir, se não vou deixar de dizer carvalhadas. Isto são as vulgarmente conhecidas asneiras. Mas ele diz assim e eu escrevo.
Tomo o café a sorrir. Implico com ele a sorrir. Vou para a calçada calcar os paralelos a sorrir por fora e a pensar por dentro.
Porque é que não se confessam estes homens?
A maioria, como o ti António, depois de umas asneiritas, das tais carvalhadas, custa-lhes abeirar-se da confissão. E julgam que não devem porque, logo ao sair do confessionário, já estão naquela porrada de palavras. Não são muito grandes. Mas são muitas. Não percebem que não são propriamente pecado, a não ser que sejam ditas para magoar alguém. São uma falta de respeito, uma falta de educação. Mas quase sempre saem da boca descomandada sem que o coração lhes dê o sentido verdadeiro delas. Imaginem o que seria no norte do país, onde dizer asneiras é um hábito normalíssimo em todos. Até nos padres!
Cá para mim não se confessam porque sempre foi um hábito apenas das mulheres. Ou por um machismo que não assume a sua necessidade. Ou então será uma Igreja feminista a que temos. Ou então nós, padres, ainda não lhes chegámos ao coração, pois que é pelo coração que nos confessamos. Ou então não querem perder tempo a não ser no café. Ou então não sei.
Calquei a calçada, desta vez para o meu café a meio da manhã. Entrei como de hábito. A sorrir para o pessoal. Uns já levados do álcool. Outros desempregados. Outros transeuntes como eu. Ó ti António, viro-me para ele. Amanhã é dia de confissão. Não se esqueça de aparecer. Sorrio. Ele também. Já temos este à vontade. Pois, pois, padre. Para que hei-de eu lá ir, se não vou deixar de dizer carvalhadas. Isto são as vulgarmente conhecidas asneiras. Mas ele diz assim e eu escrevo.
Tomo o café a sorrir. Implico com ele a sorrir. Vou para a calçada calcar os paralelos a sorrir por fora e a pensar por dentro.
Porque é que não se confessam estes homens?
A maioria, como o ti António, depois de umas asneiritas, das tais carvalhadas, custa-lhes abeirar-se da confissão. E julgam que não devem porque, logo ao sair do confessionário, já estão naquela porrada de palavras. Não são muito grandes. Mas são muitas. Não percebem que não são propriamente pecado, a não ser que sejam ditas para magoar alguém. São uma falta de respeito, uma falta de educação. Mas quase sempre saem da boca descomandada sem que o coração lhes dê o sentido verdadeiro delas. Imaginem o que seria no norte do país, onde dizer asneiras é um hábito normalíssimo em todos. Até nos padres!
Cá para mim não se confessam porque sempre foi um hábito apenas das mulheres. Ou por um machismo que não assume a sua necessidade. Ou então será uma Igreja feminista a que temos. Ou então nós, padres, ainda não lhes chegámos ao coração, pois que é pelo coração que nos confessamos. Ou então não querem perder tempo a não ser no café. Ou então não sei.