O nascimento de Jesus, já lá vão mais de dois mil anos, não ocorreu em circunstâncias muito cómodas e favoráveis. Dizem as Sagradas Escrituras que nasceu num estábulo porque não havia lugar para ele nas hospedarias. O cheiro nauseabundo do estrume e as palhas da manjedoura serviram o nascimento de Deus entre os homens. As poucas visitas que teve imediatamente a seguir ao nascimento, são de pastores que por ali andavam a trabalhar. Não teve festa nem holofotes. Aliás, não demorou muito para que os seus pais, procurados pelas autoridades policiais do tempo, tivessem de fugir com ele, clandestinos, cruzando fronteiras, para se colocarem a salvo. Se fosse filho do imperador e nascesse nos palácios do reino, no meio das centenas de criados e escravos, não seria uma boa notícia num mundo em que os fracos são vítimas de todos os tipos de abuso!
Embora na sociedade e época em que vivemos, o Natal possa parecer um conto de fadas alimentado com muitas luzes, canções festivas, manjares suculentos e prendas à mistura, a verdade é que Deus encarnou num ambiente paupérrimo, sem parteiros, desalojado pela sociedade, acompanhado apenas por alguns dos seres mais periféricos, os pastores e os animais. Mas é o Salvador de que precisamos. Nele se instaura a esperança de uma vida com sentido, apesar da debilidade e das adversidades.
Hoje, mais do que nunca, no meio de tantas crises sociais e de uma crise sanitária sem precedentes, vale a pena recordar como Deus veio ao Mundo para que a nossa esperança fosse a verdadeira Esperança! Voltemos às raízes da nossa fé. Busquemos a Deus onde ele encarnou. Num mundo em desesperança, aí encontraremos a Esperança!