Passados que vão dois meses, e 251 votos, chegou a hora de avaliar a sondagem que estava no lado direito, no sidebar. A questão era:
Que virtudes achas que fazem mais falta num sacerdote?
E os resultados são:
1º-Amor_ 29%
2º- Disponibilidade_ 26%
3º- Humildade_ 15%
4º- Equilíbrio Afectivo_ 7%
5º- Desprendimento_ 7%
6º-Sabedoria_ 5%
7º- Castidade_ 5%
8º- Obediência_ 2%
9º- Auto-estima_ 2%
10º-Austeridade_ 1%
algumas considerações:
1. O primeiro lugar, indiscutível, vai para aquela resposta que, no passado questionário, se tornara a imagem preferida de Deus, AMOR. Eu concluo, com isso, que se espera do sacerdote uma imagem o mais viva possível de Deus.
2. Em segundo lugar ficou a DISPONIBILIDADE. Infelizmente algo que falta nos dias de hoje ao sacerdote em paradoxo com as pessoas que cada vez mais precisam ser ouvidas, acompanhadas. Isto preocupa-me, porque algo me diz que a pouco e pouco os sacerdotes serão menos, terão menos tempo, e estarão ocupados essencialmente com as funções e não com as pessoas. Que fazer? Mais vocações? Menos funções sagradas? E para que serve a disponibilidade dos sacerdotes? Para os sacramentos nas horas que queremos? Ou para nos escutar e acompanhar sistematicamente?
3. Apesar de ter sido uma opção sem votações regulares e constantes, a não ser nos últimos dias, a HUMILDADE foi a terceira escolha. Agrada-me pensar quão importante é sermos simples como as crianças. Humildade não é deixar que façam de nós o que querem, imagino. Mas é servir e deixar que todos os outros sejam mais importantes. Vou meditar.
4. À quarta opção não sei muito o que dizer: EQUILÍBRIO AFECTIVO. Eu sei que é imprescindível um padre ter o equilíbrio necessário, quer afectivo, quer emocional, quer psicológico, quer espiritual. Mas não imaginei, sinceramente, que esta fosse uma das maiores opções. A meu ver, os responsáveis dos seminários terão de estar mais atentos!
5. DESPRENDIMENTO. Esta sim, seria uma das minhas opções principais, não só porque Cristo ensinou o desprendimento e a atenção ao pobre, como sobretudo porque quem se deixa ofuscar pelo dinheiro ou pelos bens, não tem espaço no seu coração para mais nada. E ainda por cima, corremos muito esse risco, por causa do nosso egocentrismo, sobretudo familiar, isto é, não termos mais com quem partilhar obrigatoriamente.
6. A SABEDORIA e a castidade aparecem logo a seguir, em pé de igualdade. Eu costumo dizer que não se quer um padre doutor, mas um padre pastor. Tudo é necessário, mas um bom pastor sabe o que fazer com as ovelhas, mesmo sem ler os livros.
7. Quanto à CASTIDADE, deixem-me fazer uma revelação que pode ter passado despercebida. De um dia para o outro (como é possível fazer refresh) a votação deixou de ser de 3 pessoas para ser de 23. Hoje é de 24. Quero crer que alguém interessado na castidade dos sacerdotes, insistiu para se fazer notar. Por isso abstenho-me de comentar. Não porque seja apologeta do fim do celibato, mas porque não me parece ser sintoma da generalidade dos “penitentes”. Porém, não deixa de ser interessante como se vota o Equilíbrio Afectivo, uma perspectiva positiva, e não tanto o celibato, uma perspectiva menos positiva.
8. Obediência, auto-estima, austeridade em últimos lugares. Porquê? Será que a hierarquia está em desuso? Já não se querem padres frios, distantes, austeros? O padre tem de gostar primeiro dos outros e depois de si mesmo?
9. Valeu a sondagem. Vou pensar muito! Se vou!
Hoje surge nova sondagem. Num final de ano e a pensar já nos objectivos do próximo ano pastoral.
A pergunta é essa:
Em que deve apostar um padre, hoje, na sua paróquia?