O meu trabalho não são as missas. Mas é difícil não pensar que o meu trabalho são as missas. Porque as pessoas pensam que os padres só trabalham quando estão a celebrar missas. E nós pensamos que o nosso trabalho anda todo à volta das missas.
Elas são, como já repeti até à saciedade, tanto para os outros como para mim próprio, o centro, o cume, o núcleo e demais palavras que signifiquem esse ponto nevrálgico da vida do cristão. Mas a vida é sempre maior, mais importante, mais acima que qualquer celebração, por mais nevrálgica que seja.
Gostava de me entender de outro modo nas missas que celebro, muitas vezes como consumo que se faz parecido ao consumo das refeições diárias. Comer para viver. Gosto da expressão. Mas parece mais uma coisa que se faz para o físico e não para o mais íntimo de nós, que é o sentido da vida. E não sei se as missas alimentam o sentido da missa ou o consumo delas.
Esta pandemia tem-me dado tanto que pensar!
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "As missas ou missinhas"