Vem a noite sublinhada pelas manchas de uma lua
Os discípulos moram em silêncio, o ruído mora ao lado
Numa das pontas ouço e permaneço ainda mais ao lado
O Mestre conta histórias com um belo enredo, cedo
Molho o pão com Ele
Hoje é a minha vez de o levar à morte
quinta-feira, janeiro 28, 2016
segunda-feira, janeiro 25, 2016
A Igreja Titanic
Quem já viu o famoso filme da tragédia ocorrida em 1912 que deixou afogar e morrer mais de 1.000 pessoas, deve ter presente como poucas vidas foram salvas. Diz a história que eram poucos barcos salva-vidas, mas que havia neles lugar para mais 470 pessoas além das que foram salvas. Só que, para não se incomodarem os mais doutos, ricos e prestigiados ocupantes do barco, os barcos salva-vidas não foram inteiramente ocupados. Quando o barco enfim se afundou, duas dessas pequenas embarcações regressaram para salvar os sobreviventes, mas a maioria já estavam mortos por afogamento ou hipotermia. Conseguiram ainda salvar 9 resistentes. Conta-se que mesmo assim, de entre as pessoas dentro dos barcos, ainda houve quem resmungasse pela atitude dos que quiseram procurar sobreviventes.
Toda esta situação vem a propósito de uma leitura que fiz há dias e que falava da Igreja como um Titanic. Uma Igreja autorreferencial, voltada para os seus, que tenta a todo o custo salvar-se. Uma Igreja que deixa muitos a afundar porque tem medo de molhar o barco, de o estragar, de correr riscos, de afundar também. Uma Igreja que pode pintar os barcos das melhores cores e apetrechá-los com as melhores máquinas a vapor, mas que esquece a sua missão. Uma Igreja que sabe que deve ir, mas que lhe custa ir e que, por isso, resmunga quando alguém vai. E se vai, muitas vezes já vai tarde. Uma Igreja que tenta aguentar o barco, mas não chega ao cais. Dá que pensar!
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