Há gente para quem o Natal é só uma data. Gente que se senta no sofá de forma mais pausada, com uma rabanada que a amiga lhe deu, à espera que a televisão dê a meia noite para ir até ao vale dos lençóis. Há gente assim, que não tem outra gente com quem partilhar os sons, os ruídos, as algazarras, os afazeres, os talheres, as prendas do Natal. Gente que uns dias antes estivera no jantar tal com o grupo dos colegas. Mas que agora está só. Não tem mais ninguém. Não tem o amigo ou a amiga colorida porque estes estão com a família. Não tem o filho ou a filha porque este ano pertence ao outro pai. Não tem os amigos, porque nem sempre há amigos para estas ocasiões do Natal. Ou então são aqueles que a idade não deixa que o Natal seja tão Natal. Porque os filhos estão longe. O marido ou a esposa já morreram. O lar está fechado ou vai-se para a cama cedo. Passam o Natal com a televisão. Nada mal para quem há uns anos nem televisão tinha. Mas eu acho que estes tipos de Natal são muito dos Natais modernos. Fazem parte da vida moderna, para quem uma reunião é apenas uma reunião e não uma união. Fazem parte da vida que nos dá tudo, mas nos tira grande parte do amor. Fazem parte da vida que está cheia, mas afinal está mais vazia que nunca. Pode ser que, com esta crise, as pessoas comecem a buscar o essencial do Natal, aquele essencial que não é só uma celebração, mas uma forma de vida. E digo àqueles para quem o Natal é só uma data que o Menino Deus também nasceu para eles. Eu até diria mais. Diria que o Menino Deus nasceu sobretudo para eles.
___________________________________________
Aproveito também para desejar a todos os meus amigos um Natal cheio de Deus!
Congratulo-me igualmente com os 6 anos de vida deste "nosso" espaço. Faz amanhã anos que nasceu juntamente com o "Menino", e já passámos as 400.000 visitas, 8.800 comentários e temos disponíveis 339 textos. Assim Deus continue a fazer-nos Seu instrumento.