sexta-feira, março 29, 2019

as horas do relógio [poema 208]

A esta hora o relógio não costuma parar
Não pára senão quando anoitece,
No abraço de algum corpo entrelaçado
Deixa de ser presente e é passado
Morre. Quando tudo acontece.

A esta hora o relógio não quer parar
Roda sobre si mesmo, espelhando-se para fora,
Como se ele e o mundo fossem o mesmo
A realidade que se foi embora.

2 comentários:

Anónimo disse...

Como é que um relógio vive a quaresma?

Confessionário disse...

a dar horas e a ver aproximar-se a hora, creio...