Sabes aquela sensação de não saber? Aquela sensação de que determinada situação ou gesto ou palavra são um sinal, mas não sabes dar-lhe forma? Não sabes que cor, que sabor, que odor tem? Foi assim, hoje, no diálogo breve com meu pai, por vídeo-conferência.
A conversa com ele foi muito boa, ou seja, foi mais fluida do que o habitual. O que comeste ao almoço, pai? Eu comi um bife, pai, e tu? Eu comi dois. Tu estás lindo, paizinho. Tu é que és lindo, meu filho. Amo-te muito, pai. Meu mais que tudo. Eu ainda te amo mais, meu filho. Toma lá milhares de beijinhos, pai. E faço gesto com boca e com a mão a ir da boca ao écran. Sem que eu lhe peça nada, leva a mão à boca, com dificuldade, e manda beijos pequeninos, quase inaudíveis. Mas do tamanho do mundo. Ó pai, até já. É assim que me despeço dele, porque o meu adeus é sempre um até já. E ele responde de um modo que não vou esquecer nunca mais. Olha, meu filho, faz o bem. Faz o bem.
A POPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Meu pai e minha mãe"
5 comentários:
Linda mensagem, uma declaração de amor, paterna com sabor de vontade de estar junto, com uma luz pra Deus cuidar das vidas de cada um seja infinitamente eterna.
O amor verdadeiro tem estas coisas...coisas do coração mesmo...
Boa noite Sr. Padre,
Estranho não ver aqui o meu comentário.
Acho que não estava mal...
Será que não seguiu?
Ailime
Ailime, não seguiu não. Não recebi
Boa noite Sr. Padre,
Obrigada por ter respondido.
Vou ver se me recordo mais ou menos do que escrevi.
Não foi bem assim, mas...
Um diálogo muito ternurento, pleno de amor entre pai e filho, inesquecível, que me comoveu muito.
Como esquecer as palavras que lhe dirigiu no final?
"Faz o bem, meu filho, faz o bem".
A confiança do Pai que continua a acreditar e a incentivar o seu filho no seu ministério Sacerdotal.
Sr. Padre desejo-lhe Santa Páscoa.
Ailime
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