quarta-feira, abril 29, 2020

crisálida [poema 255]

A Crisálida não tinha nome
Era uma boneca de sonho feita em papel
De cor muito amarelada, macilenta,
apagada
À procura de cor

Fora tecida em noites negras de breu,
Com pedaços de chuva
sem cor
a descer do céu

Parecia ferida, certamente magoada
Não tinha cor, não tinha cara,
Não tinha nada de nada

Era uma boneca sem vida, presa em papel
Sem cor e articulada.
Do sonho acordou, pelo céu fugiu,
por mim voou,
E em arco-íris

se transformou.

4 comentários:

Ailime disse...

Boa noite Sr. Padre,
Magnífico poema com metáforas muito belas.
Por vezes sinto-me como essa crisálida, macilenta, sem cor, ainda dentro do casulo.
O confinamento isto me sugere.
Boa saúde.
Ailime

Anónimo disse...

Que bonitinho, poema sempre será um prazer em ler.

Anónimo disse...

somos todos Crisálida, não?!

Paulina Ramos disse...

Crisálida sempre!