Meu pai era emigrante ainda antes de eu nascer
A vida negra das mãos era a mesma dos escravos, sem o ser
Uma nesga do que havia no meu coração, ainda antes
De querer
Minha mãe trouxe-me ao mundo muito antes de me trazer
E a ela devo quem o mundo me quis ensinar
A ser
Minha família conto-a pelos dedos, como contas do rosário
Que passo, a rezar, para nelas
Me rever
Sou uma casa de pedras, um lar como gostava de dizer
No meio das palavras que guardarei sempre aqui
Enquanto viver
2 comentários:
Boa tarde Sr. Padre,
Tão belo e tão profundo este poema!
Gostei imenso da forma como expressa o seu amor aos seus pais, família e ao lar que o viu nascer.
Bom fim de semana.
Ailime
Uma poesia com o desprendimento, do que tu és neste mundo bendito.
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