A mulher desfez-se em cinzas, daquelas cinzas que voam
Não disse adeus, mas agora despede-se nos meus olhos
A voar com ela
As palavras fecharam-se no meio da nuvem de pó
E nesse silêncio falaram como se não fossem delas
Os sons que vemos partir
Estas mulheres que se tornam cinzas são as nossas mães
As asas cinzentas que são todas as cores a esvoaçar
Dentro de nós
São as vidas que do nada vêm e no coração de nada ficam
Como labareda sempre a arder
à minha tia que faleceu com covid
3 comentários:
Embora é só um poema, mas... Muito triste de ler-sr.
Boa tarde Senhor Padre,
Um poema tão belo como triste, mas que fala da realidade atroz que vivemos.
Tenhamos esperança em dias mais alegres.
Ailime
parece uma homenagem às mulheres que caem como cinzas, mas nunca deixam de ser labaredas!!!
Gostei imenso!
AM
Enviar um comentário