Vejo as pessoas como árvores a andar
Poes as mãos em mim, deixo-as entrar
Marcas-me com a saliva, nos olhos,
Um carimbo terno para me trespassar.
Vejo pouco
Vejo tudo a andar,
Paredes a desmoronar,
Escadas a saltar
Tudo a correr
sem parar
Insistes com as mãos e a saliva.
Com muita pena, com muita dor
Continuo a ver as pessoas apressadas
Como árvores a andar
Paradas.
5 comentários:
muito interessante, padre!
Boa tarde Sr. Padre,
O mundo continua a correr, as pessoas não se olham, não se vêem.
Apenas Bartimeu vê.
Um poema belíssimo.
Ailime
é uma pofunda análise dos nossos tempos!
Grande, este poema!
Boa tarde Confessionário. Interessante o seu poema mas eu tenho muita dificuldade em analisar poemas... interpretando
"Continuo a ver as pessoas apressadas
Como árvores a andar
Paradas." Vejo, uma "descida" da condição humana à condição de vegetal? Robô, sem vontade própria, que corre porquê vê correr os outros.
O tempo empurra, mas as pessoas que se vão por conta própria. Sem ao menos pensar, pra que tanta presa, que quando atravessar daqui nada vai levar.
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