Vivemos no tempo das palavras que toda a gente tem que dizer e das opiniões que se têm de dar. Proliferam notícias, reportagens, entrevistas, artigos de opinião sobre tudo e mais alguma coisa. Aliás, parece-me que nunca como hoje os artigos de opinião ocuparam tanto espaço na comunicação social, assim como o direito de contraditório, isto é, artigos a falar de alguém que contrasta o que outro afirmou ou que defende uma ideia que outro contrastou. Ora, como a Igreja existe num aqui e agora, ou seja, nesta sociedade e nesta história, sofre dos mesmos males.
Esta introdução vem a propósito dos chavões que cansam, das mesmas frases que se ouvem anos seguidos de gente que supostamente descobriu que na pastoral se tem de fazer diferente, embora quase nunca se diga que diferença é essa a que se refere essa opinião. Toda a gente parece vir a público com a consciência de que as coisas estão mal e que há que fazer diferente. Mas até nesse ‘dizer’ se mantém tudo na mesma. É o mesmo 'dizer' de sempre. Faltam rasgos. Faltam verdadeiros pensadores práticos, objectivos, assertivos, que ousem arriscar horizontes, mas que, sobretudo, ponham mãos à obra, sujem as mãos nessa obra, se gastem, ao menos, a tentar, sem certezas, mas com a consciência de que o caminho só se faz caminhando e que as palavras podem ser apenas isso, palavras.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Às vezes sinto que não escolhi o meu destino"
3 comentários:
Bem assim, estou cá a viver assim. Ainda sinto que espero pela luz do meu destino.
Boa tarde Senhor Padre,
Um texto reflexivo e muito oportuno ao que se passa com os contraditórios que nada adiantam.
A Igreja tem que ser mais arrojada, sair das palavras, aprsentar novas ideias para um serviço mais variado e eficaz.
Ailime
Mais um texto magnífico!
Bem haja!
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