Uma sondagem secular na vizinha Espanha, que veio parar às minhas mãos um dia destes, dava conta que uma grande parte das pessoas, dos inquiridos, confiava na Igreja, como tal, mas não confiava nos padres em medida igual. Não me parece que seja de estranhar este resultado porque, nos últimos tempos, a sociedade, com a ajuda da comunicação social e das redes sociais, tem investido contra os padres e contra a sua credibilidade, independentemente das suas razões, válidas ou não.
Estes dados, porém, fizeram-me lembrar a homilia de um grande padre que, a determinada altura, dizia, mais ou menos, isto: “se alguém te diz, ‘Padre, eu não acredito na Igreja, mas o senhor parece-me um padre espectacular!’, então eu deverei concluir que fracassei como sacerdote, porque eu não sou o objectivo da minha missão”. Na verdade, o facto de se confiar na Igreja pode ser sinal de que os sacerdotes estão a trabalhar bem e não são tão maus como se pinta. E se a mentalidade dos sacerdotes for idêntica à do padre que fez aquela homilia, isso significa que estão a triunfar e a Igreja tem sacerdotes extraordinários, porque o que importa verdadeiramente não é que cada sacerdote se encha de glória, mas que a Igreja que ele serve se encha dela. O que importa não é o padre que anuncia, mas o que anuncia o padre.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "A proposta que não fizeram ao padre Manuel"
2 comentários:
Boa tarde Senhor Padre,
O ultimo período deste grandioso texto reflexivo reflete o que também sinto. Isto é trabalhar para uma Igreja ao jeito de Cristo.
Ailime
O título bastava, padre, para dizer tudo!
Mas há padres que não pensam assim, infelizmente
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