Foi convidada para ser madrinha de um baptismo, mas não está crismada. Foi-lhe proposto que pensasse no assunto e que fizesse o necessário para se crismar e poder ser uma madrinha no verdadeiro sentido da palavra. Não. A resposta foi um rotundo Não, de modo algum. Não está interessada. Isto é, não tem qualquer interesse neste sacramento. Não lhe diz nada e também não está interessada que lhe falem da fé ou de Deus. Não quer, com um rotundo Não. Mas gostava de ser madrinha de baptismo da sobrinha.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Tem de ser ele o padrinho"
17 comentários:
Confessionário, só para lembrar: a senhora já foi crismada... :)
Eu penso que é possivel que a senhora esteja presente na celebração como "testemunha" em vez de "madrinha" de batismo; desde que outra pessoa crismada seja padrinho/madrinha?
É uma forma de contornar o problema. Mas é complicado de gerir essa opção na cerimónia.
Durante muito tempo, a Confirmação foi um sacramento secundário.
E ainda hoje se discute se deve ser visto como um sacramento autónomo.
Não admira que muita boa gente o ignore ou se mostre desinteressada de o receber.
"Mas gostava de ser madrinha de baptismo da sobrinha."
Talvez correspondesse melhor ao pensamento da senhora dizer que ela gostava de ser madrinha da sobrinha.
E assim, o mais indicado seria remeter a pessoa para uma cerimónia civil de apadrinhamento da criança.
01 M10, 2024 14:44,
desculpe a minha provável ignorância, mas não conheço cerimónias civis de apadrinhamento das crianças.
De que se trata?
É um costume importado da França (batismo civil ou republicano) e copiado por outros países; com prática ainda rara entre nós.
Não tem valor jurídico e o ritual previsto é mínimo (essencialmente a leitura e assinatura de uma acta perante um oficial da Conservatória); mas pode ser trabalhado "à la carte".
Não confundir com o apadrinhamento civil em âmbito de Segurança Social, que é muito mais exigente e visa assumir responsabilidades que os pais biológicos não estão em condições de assegurar. Todavia, poderá ser interessante conhecer as condições exigidas à pessoa candidata neste caso; muitos perderiam num instante a vontade de criticar as exigências da Igreja...
01 outubro, 2024 16:37 ,
Interessante!!
A senhora é está presente na celebração , quem vê nem sabe se é madrinha ou testemunha, porque acompanha o rito da mesma forma.
No registo de Batismo assina como testemunha.
Complicado é quem sabe que a senhora não é crismada e aparentemente foi madrinha fica furiosa com o padre que abre excepções á regra.
A testemunha de Batismo não tem nenhuma função ou intervenção atribuída no decorrer da cerimónia.
Embora isso deva ser equacionado se a celebração acontecer em contexto ecuménico.
Está a referir-se à unção pós-batismal, no Batismo dela?
JS, a última pergunta que surge, para o caso de não estar percepível, foi endereçada a ti.
Quando se abrem os comentários em caixa para responder, percebe-se. Mas quando se abrem apenas para ler, não se percebe.
Em resposta à pessoa anónima de 03 M10, 2024 16:09
Isso mesmo.
Normalmente subentende-se ser-se crismado como tendo recebido o sacramento da Confirmação.
Mas se entendermos "crismado" mais à letra, enquanto referente à unção com o [óleo do] Crisma, ficamos com uma visão mais ampla: crismadas são as pessoas no momento do seu Baptismo; crismados são os padres e os bispos no momento da sua ordenação; crismado é o altar no momento da sua dedicação. Dantes, até os sinos eram crismados!
Boa noite Senhor Padre,
Qual será o pensamento da senhora em querer ser madrinha da criança? Saberá o que é o batismo e a responsabilidade de ser madrinha?
Emília
Seria realmente bom perceber o que está por detrás do "não" da senhora. Se, porventura, houvesse a oportunidade de um encontro com tempo (que até pode ter havido) e a pessoa estivesse disponível para se abrir a apresentar as suas razões (o que não é garantido nem pode ser forçado).
Uma nota: se os senhores padres reagem com algum incómodo quando os crismandos dizem querer receber o Crisma para serem padrinhos, não se admirem de as pessoas reagirem da mesma forma se lhes for dito que é preciso o Crisma para serem padrinhos. São formas simplistas de se exprimir em ambos os casos.
JS, não se tratou de uma "forma simplista".
Foi um convite feito em ambiente acolhedor.
A esse convite, a resposta foi rotunda e sem espaço para mais diálogos sobre o assunto.
Confessionário, com o "simplista" quero dizer que muita gente não está actualmente em condições de compreender o que está escondido nessa afirmação/exigência, e que por isso ela será redutora, insuficiente, até geradora de equívocos se apresentada dessa maneira directa. Faria realmente falta, em muitos dos contactos, haver o cuidado, o tempo e a paciência de começar pelo bê-á-bá. Por exemplo:
"Foi convidado para ser padrinho. Trata-se de uma honra (parabéns!); e também de uma responsabilidade. Tal função, para além de possuir uma nobre dimensão social e familiar, tem também, neste caso, um belo significado religioso. Trata-se de uma tarefa (nós dizemos múnus, ministério) que será assumida no seio da comunidade dos cristãos (que nós chamamos de Igreja), em nome dessa comunidade e em favor dessa comunidade (será explicado mais tarde como). Para bem exercer essa tarefa, a pessoa deverá ter um mínimo de maturidade de vida (questão da idade) e de fé. E para se ser maduro (adulto) na fé, a pessoa deverá ter cumprido a sua formação básica e fundamental a nível religioso (que nós chamamos de iniciação cristã). Esse percurso de iniciação visa ajudar a pessoa a compreender os fundamentos da doutrina cristã, a inserir-se progressivamente na comunidade dos crentes, e a viver e a testemunhar a sua fé a exemplo de Jesus nas diversas circunstâncias que nos rodeiam. Os grandes marcos dessa caminhada são constituídos por três festas (nós dizemos sacramentos) a celebrar: o Baptismo, a Confirmação e a Eucaristia. O costume é (ainda!) de se ser baptizado no tempo de bébé, de se fazer a 1. Comunhão como criança já mais crescida e de receber o Crisma enquanto jovem ou adulto. Com esta formação e estas festas, por norma espaçadas no tempo, acreditamos que a pessoa fica apta a tornar-se um bom cristão e a bem desempenhar as missões para que for convidado. (Será que me fiz compreender? Então, se não se importar, falemos um pouco do seu estado de vida actual e do percurso religioso que pôde realizar até aqui - e, se porventura, estará ainda algum passo em falta...)
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