Há muito que, naquela paróquia, é raro escutar-se o canto durante as missas. Desde que a cantora-mor adoeceu e foi para o lar é raro alguém ter a coragem de iniciar algum cântico. Ao início, tentei a todo o custo chamá-los ao entusiasmo. Mas é algo que não abunda em medida suficiente. De vez em quando começo algum que outro cântico conhecido a ver se pega. É que nem nas festas ou datas litúrgicas solenes alguém se chega à frente. E há dias, mais uma vez, comecei um cântico a ver se lhe pegavam. Como estava a preparar o altar para a liturgia eucarística, com as orações necessárias, e ninguém lhe pegou, acabei por o deixar a meio. E a meio ficou como se não tivesse começado, isto é, como se nada fosse. Não sei que dizer de uma paróquia sem canto!
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "A música liturgica"
13 comentários:
Boa noite Senhor Padre,
Uma pena que nessa Paróquia as pessoas não se reunam para animar as celebrações com os cânticos. Dizem que cantar é rezar duas vezes.
Fazer apelos, por exemplo, para ser criado um coro. Será que é inviával?
Não há jovens na Paróquia?
Emília
Viável seria se houvesse recursos humanos para tal.
Isso não é uma paróquia, padre. Missa sem canto é uma tristeza.
Concordo
Ali não existe uma paróquia.
Várias possibilidades:
- recorrer a música gravada, em CD ou descarregada da net. Parecia um absurdo até termos passado pela fase do Covid com as restrições colocadas ao canto. Tive a oportunidade de participar em várias celebrações animadas dessa forma e foi um experiência interessante.
- arranjar (contratar?) alguém de uma comunidade vizinha para animar o canto, enquanto chantre. Alguém que seja seguro no tom e sem receio de cantar perante a assembleia.
- arranjar (contratar?) um organista para tocar a solo. É uma solução também vista durante o Covid, e bastante usada em outros países, e com tradição litúrgica.
- o celebrante cantar as suas partes. E mesmo que a assembleia seja reticente a responder nos diálogos ou a concluir as orações cantando, não será por isso que vem grande mal ao mundo.
- o celebrante assumir a animação do canto. Aí eu sugeriria a escolha de dois ou três cânticos conhecidos (para além de um Aleluia e um Santo simples); que esse reportório fosse mantido durante um mês ou durante um tempo forte, para a música ir entrando na memória; que as letras dele estivessem disponíveis para a assembleia (folha, projecção) e que dele fosse feito um breve ensaio antes da missa começar; e que fosse executado à maneira protestante - um cântico de abertura depois da saudação e ambientação, um outro possivelmente após a homilia e um de conclusão/acção de graças antes da despedida. É trabalho que um padre dispensaria de bom grado, sobretudo se não estiver muito à vontade na música; mas pode valer a pena o esforço.
- marcar uma novena de oração a pedir mais trabalhadores para a messe - neste caso uma cantora-chefe.
parace-me que a mais exequível é mesmo a última!
- 1ª: era necessário comprar leitor de cds, amplificação própria, cds adequados
- 2ª: se não ha naquela comunidade, menos garantias haverá de alguém da vizinha comunidade querer ir
- 3ª: pois, pois, como se os organistas se comprassem numa loja!!! hehehe
- 4ª: lá se vai tentando...
- 5ª: não é a missão do presidente; daqui a pouco tb está a ler as leituras todas; nem há tempo para fazer ensaios antes ou depois das missas; seria interessante comprar um projector (como eu já vi, em orçamentos que rondam quase os 10.000€)... pois pois
Em relação à 1ª: basta um telemóvel. E talvez uma coluna bluetooth portátil, se a aparelhagem sonora da igreja ainda não permitir esse tipo de conexão. Até pode ser que alguém tenha uma em casa e a possa trazer na hora da missa...
Em relação à 2ª: às vezes, ao lado, até há gente com dom e que é mal-aproveitada na comunidade em que reside (típicas lutas de galos, ou de galinhas...). E se se fizer um pouco de catequese a dizer que também se pode servir a Deus e à Igreja fazendo apostolado na vizinhança, talvez alguém apareça e queira experimentar.
Em relação à 5ª: nâo é, de facto. (Como também não é acender velas ou encher galhetas. Ou levar o dinheiro das esmolas ao banco. Ou organizar os ficheiros da catequese. Ou orientar centros sociais.) Mas entre isso ou sair sempre desconsolado porta fora...
JS, não achas que o mais certo é sair sempre desconsolado?!
Confessionário, lembra-te que se na terra os homens calam, no céu os anjos e todas as potestades não cessam de entoar louvores. Imagino as enxaquecas que Deus sentirá de quando em vez. Devem andar convencidos lá em cima que estão todos no The Voice Vaticano...
Infelizmente não é caso único.
Gosto imenso de cantar e ir eucaristia sem cânticos é um desconsolo.
O ideal é ter uma pessoa que comece a cantar e ter livro " Cantemos todos" para restantes acompanharem.
Não sendo possivel, a sugestão telemóvel com músicas é muito interessante.
Parece-me que em Portugal não há cultura da assembleia participar cantando, nem que não cante muito bem, como se vê países nordicos.
O senhor padre podia experimentar contratar o seu colega DJ lá do norte, o padre Guilherme. Seriam umas missas muito curtidas!
Ou não...
Pelo que me consta, não haveria orçamento e dinheiro suficiente para contratar o padre Guilherme, muito menos semanalmente!
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