O Papa Francisco tem este dom dos chavões. Frases que ficam a tinir nos ouvidos e facilmente se repetem em qualquer circunstância. Até parece que aprendeu bem uma das regras modernas da comunicação. E assim fez nas diferentes comunicações durante a JMJ em Lisboa. Podia citar uns poucos desses chavões, mas um dos que fez mais eco na boca de muitos dos habituais críticos, contra-críticos, comentadores de bancada, escritores de verbo de encher, opinion maker’s e influencer’s foi o do “todos, todos, todos”. Não se conseguem contar pelos dedos todos os que se esforçaram a tentar clarificar, interpretar e até meditar o que significavam tamanhas palavras. Grande hermenêutica. Só faltou alguém se lembrar que o Papa queria dizer “todes” em vez de todos. Muitas vezes me veio à ideia este “todes”. Então é que era um Papa fixe. Mas vamos lá falar a sério, meus amigos. Eu não percebi como é que um chavão que apenas repete aquilo que já se sabe do tão grande amor de Deus, que não exclui ninguém, que ama a todos sem distinção e que, como se percebe na cruz, enviou o Seu filho ao mundo porque quer salvar todos sem excepção, é motivo para tanta tinta e tantas opiniões e contra-opiniões. E agora sou eu que faço hermenêutica de chico-esperto. O que o Papa quis foi deixar claro, mais uma vez, que Deus ama sem medida todos e todos têm lugar no Seu coração. Afinal é isso que qualquer missionário deve dizer e o Papa não é mais que uma missão aqui na terra. E já agora, convinha que TODOS percebêssemos que também nós somos ou devemos ser uma missão aqui na terra.
A PROPÓSITO OUN A DESPROPÓSITO: "Qual é o limite para amar a Deus?"
5 comentários:
Ó Confessionário, então não foste à missa no domingo passado? Não leste o Evangelho? Que homilia os teus paroquianos escutaram? Achas porventura que não é para levar a sério este Jesus que não fez caso daquela mulher estrangeira, que a comparou aos cães (e sabes como se trata de uma terrível ofensa), e que afirmou não fazer ela (e muitos como ela) parte da Sua missão? Pensas que tudo não passou de um mero teste à fé da cananeia?
O "Todos,todos,todos!" é maravilhoso de se ouvir e proclamar como kerigma, sobretudo perante uma assembleia tão representativa do universo de povos e culturas. Mas compreender o seu significado e colocá-lo em prática implica um penoso exercício de conversão de que nem Jesus se livrou.
Já agora, fico curioso de saber como vais equacionar no próximo domingo as portas sempre abertas da Igreja com as chaves do Reino que abrem e fecham (ligam e desligam)...
Nas minhas férias passei alguns dias pelo Norte, visitando alguns templos. Verdade seja dita, tem igrejas muito bonitas. Numa delas, por sinal muito bonita, entrei, estava para começar a Eucaristia. Era um dia da semana e tinha um bom grupo de participantes. Uma senhora, decerto a sacristã, cuidou dos preparativos para a celebração e ficou junto ao altar. Apesar, como já referi, haver um bom grupo na celebração, esta senhora além da função de sacristã, leu a leitura e a oração dos fiéis. Não conheço aqueles participantes mas será que não havia ali ninguém com capacidade para colaborar neste serviço? Nas JMJ ao escutar da boca do Papa "todos,todos, todos" e a Igreja é como o coração da Mãe, não tem portas, lembrei-me desta senhora: será que ouviu realmente o Santo Padre? Se não ouviu espero que o Pároco a ajude a partilhar serviços. Nina
JS, eu gostei e gosto ainda do "todos, todos, todos" de Francisco. Foi bom escutá-lo e repetir com ele.
É que Deus ama mesmo "todos"! E isso não é novidade propriamente. Deveria era ser uma novidade permanente.
As muitas análises que fizeram e que quiseram por na sua boca é que me pareceu mais do mesmo: "one more opinion" e "no more"
Ó Nina, como te entendo!
Mas, às vezes, tb não há quem queira ajudar!
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