sexta-feira, agosto 18, 2023

Não sei que dizer da JMJ

Ainda hoje estremeço ao recordar a Carminho a cantar na vigília da JMJ e o silêncio de um milhão e meio de pessoas, sobretudo jovens, diante do Santíssimo. Muito deles de joelhos. Um silêncio que foi um grito. Tenho também no coração as ruas de Lisboa cheias de alegria, de cânticos, de vivas e de muita partilha. Um entusiasmo que foi certeza de uma paz possível. A via-sacra fez-me chorar quase do princípio ao fim. Não fui o único. Quando, no final da mesma, eu e os jovens do grupo nos olhámos de lágrimas nos rostos, demos um abraço colectivo com sabor a eternidade. Foi muito bom. Sinto-me orgulhoso do meu país e da minha Igreja. Pese embora alguns pequenos ou grandes senãos, Lisboa ficou no mapa do mundo e da fé. As palavras não chegam para descrever este tanto. Participei com um grupo de jovens da paróquia e seguramente que, no meio dos imensos cansaços e quilómetros a pé, retemperámos forças. Afinal a fé ainda entusiasma. Afinal a Igreja que tem sido tão criticada é uma Igreja viva. Não é uma Igreja cansada, como se tem ouvido dizer. É apenas uma Igreja a precisar de voltar continuamente à Primavera. Não sei muito mais que dizer da JMJ. Não sei mesmo. E sei que o que disser não será nada de especial, pois não sei dizer as palavras bonitas que muitos comentadores e críticos sabem dizer. O que posso dizer é que ainda estou em modo JMJ e não quero esquecer cada segundo vivido dentro desta peregrinação. E se a pandemia e muitas outras adversidades têm atingido fortemente a Igreja, a JMJ a mim mostrou-me que o mundo tem futuro e que, dentro dele, a fé sempre será um presente. Presente como "agora" e presente como "prenda". Mostrou-me igualmente que esta geração, que muitos temos como individualista e que vive nas redes sociais, também sabe estar aberta aos outros e à realidade transcendente. A ver vamos o que o futuro nos diz ainda desta JMJ, com os frutos que cada um levou para suas casas, seus ambientes, suas comunidades. A ver vamos como continua a JMJ.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "O Papa nas Jornadas Mundiais da Juventude"

2 comentários:

Ailime disse...

Boa tarde Senhor Padre,
Sabe sim, dizer palavras bonitas que refletem um coração cheio de amor a Deus e que viveu intensamente as JMJ na sua essência no que nos passou de mais belo que teve e foi tudo e tanto.
A Via-Sacra também me tocou muito e senti-me muito emocionada enquanto decorreu.
Devemos estar todos muitos orgulhosos do nosso País, dos jovens que são o futuro e que decerto levaram para as suas vidas uma marca, uma motivação, que creio vai fazer a diferença.
Foram momentos em que se sentiu a felicidade dos sorrisos que o Papa Francisco transmitia e na forma tão natural e simples, mas intensa no conteúdo, como falava nas suas homilias.
Não vou dizer mais nada, porque eu não sei mesmo expressar o que ainda sinto também.
Obrigada, Senhor Padre, pelo seu valioso testemunho.
Ailime

Anónimo disse...

A mim as lágrimas caíram desenfreadamente em vários momentos da vigília... Foi, sem dúvida, o que mais me tocou, uma vigília arrepiante. Também a Marisa me comoveu mal começou a cantar o fado.
E digo-lhe, Sr. Padre, as suas palavras são bonitas por estarem cheias de sentido e significado. Não pense o contrário!