sexta-feira, abril 12, 2024

faltas [poema 385]

falta-me o tempo da noite, 
como corrente de água que se aquieta 
 
faltam-me as construções das letras 
como pedras que têm pés e têm asas 
 
falta-me o papel, sim o papel 
de embrulho para deitar as palavras 
e abraçá-las 
 
faltam-me as forças porque se escondem 
entre os dias que são árvores a crescer para dentro 
 
faltas-me tu e falto-me eu

3 comentários:

Anónimo disse...

Faltam-me quase sempre os limões, assim como tudo o que 'e pequeno

Confessionário disse...

12 abril, 2024 16:03

adorei essa frase/poema...
Sorri com gosto!
Achei interessantíssimo

Ailime disse...

Boa noite Senhor Padre,
Não lhe falta inspiração para esculpir belos poemas como este.
Emília