sexta-feira, fevereiro 04, 2022

desassossego [poema 344]

a tempestade caiu nos degraus da casa 
enquanto a manhã os subia 
os pés ficavam marcados na escada, como o barro se marca com uma mão 
e o pincel
Era lama da tempestade. Era terra. Era lugar 
 
Não te importas que a tempestade seja o nosso morar? 
a manhã não queria acordar nos degraus. A tempestade avultava-se
 
Tens medo, perguntou a escada, que era o lar 
da tempestade e do barro. A terra 
onde nascem as manhãs 
a pincel 
 
Mc 4,35-41 

3 comentários:

Anónimo disse...

já tinha saudades de uma poesia. Grata, padre.

Zilda disse...

Já estava em tempos de uma bela poesia, gratidão. Abçs

Ailime disse...

Boa tarde Senhor Padre,
Lindíssimo este poema composto por belíssimas metáforas.
Gostei imenso.
Bom fim de semana.
Ailime