sábado, agosto 14, 2021

os padres santos XI

Conheço muitos padres cansados. Parecem a maioria. Acordam cansados porque já estão cansados de se levantar. Porque acham sempre que a vida lhes deve alguma coisa. E toda a gente deve algo. E toda a Igreja deve algo. E esgotam-se nesse cansaço. No cansaço das correrias que ainda nem sequer fizeram. Nas muitas viagens que fazem com os pensamentos. São os padres para quem qualquer dedo apontado é em forma de cruz. Qualquer problema é insolúvel. Qualquer coisa que façam tem um peso que não sabem carregar. E vivem no limite da depressão ou do burnout. Vivem nessa tensão, como uma corda pronta a rebentar. Ou a enforcar. São santos nessa fragilidade de viverem esgotados por Deus ou por sua causa ou por causas que parecem relacionadas com Deus. 
 

1 comentário:

Ailime disse...

Boa tarde Senhor Padre,
O cansaço é inerente ao ser humano e como tal os padres não fogem a esta regra.
Sabe que, talvez morar numa Paroquia de consideráveis dimensões, já tenho dado por mim a pensar se o "trabalho" de padre não se tornará cansativo, por repetitivo, porque têm de agir em vários núcleos e atender a inúmeros casos e pessoas.
Quando falo em repetitivo refiro-me concretamente ao número de missas que têm de celebrar.
Continuação de boa semana.
Ailime