domingo, julho 25, 2021

As 'avós da fé' ou 'catequistas dos tempos modernos'

Num dos grupos de catequese do primeiro ano, a catequista perguntou aos meninos se já tinham ido alguma vez à missa ou se já sabiam alguma oração. Com as respostas dos meninos, que nestas idades ainda não sabem mentir com facilidade, constatou que os poucos que sabiam alguma oração a tinham aprendido com a avó, e que muitos dos que já tinham ido à missa tinham ido com a avó. 
Lamentações e saudosismos à parte, pode-se dizer, portanto, que a transmissão da fé já não se faz de geração em geração entendida como uma transmissão de pais para filhos. Mas, por enquanto e enquanto tivermos avós destas, ainda não se poderá afirmar categoricamente que essa transmissão terminou. Podemos apenas dizer que se interrompeu. 
Assim tivéssemos os netos mais tempo com as suas avós, essas mulheres ‘avós da fé’ ou ‘catequistas dos tempos modernos’. Que linda missão eclesial a destas avós!
 
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO:  "Nem Pai-nosso nem Avé-maria"

4 comentários:

Ailime disse...

Boa tarde Senhor Padre,
Dá-me ideia que houve pelo menos uma geração (senão mais) que quebrou a transmissão dos valores de Cristo.
Benditas as avós que, além de outros cuidados que prestam aos netos, lhes vão incutindo os caminhos do Senhor.
Ailime

Anónimo disse...

O dia dos avós passou quase sem ser notado. Há anos assim, mal assinalados. O menino Jesus foi, ou não, órfão de avós? Sabe, nestas idadezinhas tão tenras, todos os dias são dos netos, afinal são os netos que fazem os avós, não é assim? Consequentemente, desde que haja netos, todos os dias também são deles. Entre uns e outros, talvez se arranje um lugarzinho para os tios.

Tia da Lapa
(Declaração de desinteresse)

JS disse...

Essa constatação levou algumas dioceses por esse mundo fora a criar um "novo" ministério: a avozice (passe o termo) espiritual, em francês les aînés dans la foi. Gente madura nas suas crenças e experimentada na vida comunitária que se disponibilizam, em nome da comunidade, para acompanhar um jovem ou adulto, crismando ou catecúmeno, na sua caminhada de fé e inserção eclesial.

Nós por cá estamos a tentar dar passos firmes na catequese familiar ou inter-geracional, mas não valorizamos ainda as famílias espirituais...

Confessionário disse...

JS,

eu sei que a catequese familiar é um bom caminho. Mas há ainda tanto a fazer para ela, que não sei muito bem como fazer! E cada vez mais gosto desta ideia das "Avós".