Esta pandemia causada pelo novo coronavírus tem feito aumentar a presença das comunidades cristãs nas redes sociais. Com tudo o que isso possa trazer de bom e de questionável. Eu sou de opinião que é uma presença credível e oportuna. Em muitos casos poderá ser o modo mais viável de os agentes pastorais dessas comunidades prosseguirem a sua acção junto dos restantes elementos da comunidade. Poderá ser um modo excelente de alimento da fé. E embora a celebração da eucaristia na web seja mais uma transmissão que uma celebração, não discordo completamente de que possa ser momento de oração e de uma certa celebração. Portanto, a presença das paróquias ou unidades pastorais nas redes sociais torna-se cada vez mais uma oportunidade. Eu mesmo faço uso desta ferramenta.
Contudo, algo no meio desta situação me tem intrigado. Sobretudo porque tenho recebido vários convites para seguir páginas de facebook de paróquias e comunidades cristãs que desconheço. Que não têm nenhum tipo de proximidade comigo para além da fé que nos une. Não sei porque os recebo. Mesmo tendo em conta que as partilhas possam ser úteis, que conhecer e acolher outras realidades é sempre positivo, e que a comunhão da Igreja está muito para além das minhas comunidades ou das comunidades que me são próximas. Fiquei a pensar se não seria, mais uma vez, aquela obsessão típica destes tempos em que vivemos, aquele modo de viver que se gasta a procurar seguidores, visualizações e likes.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Incêndio atinge igreja do milagre da multiplicação dos pães"
4 comentários:
Numa pandemia que nos tira tudo, desde os afetos,até a oração comunitária que tanta falta nos fazem, é imperativo recorrer a algo que possa colmatar um pouco as lacunas que este confinamento vai deixando.
Em calamidades passados, por exemplo, era costume o povo se reunir para pedir socorro aos Céus. Ainda me lembro nos meus tempos de criança, num ano de grande seca, haver ladainhas, oração do terço na comunidade para pedir ajuda ao bom Deus. Hoje, não podendo fazer manifestações destas, podemos e devemos procurar meios para chegar às necessidades do nosso povo. No entanto tudo o que se fizer deve ter sempre como objectivo dar resposta às necessidades do povo. Caso contrário, não vale mesmo a pena. Para palhaçada já temos o que nos entra diariamente através dos canais de televisão. Nina
Tb acho que para palhaçada já temos muita!
Bom dia Senhor Padre,
Pois não entendo, porque receberá esses convites para seguir outras redes, uma vez que tem as suas próprias para as suas comunidades.
Nos blogues verifico que há quem comente simplesmente para aumentar o número de seguidores e comentários nos seus posts, não me admirando que seja também o caso, o que acho manifestamente infeliz tendo em conta que se tem ou não fé e esta não se expressa em números.
Ailime
Os padres e as paróquias são como as outras pessoas e instituições.
Vivemos uma época em que o importância são os likes que se conseguem.
Uma tristeza...
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