segunda-feira, janeiro 25, 2021

sangue cruzado [poema 299]

Ainda te imagino a descer da cruz que trago ao peito. 
Estavas cansado nessa noite pela entrega do teu corpo 
E desceste como se viesses só, na mão dos malfeitores 
O sangue não era mais teu, tinha-se posto em fuga 
No meu 
 
Ainda te imagino no meio de muitos lençóis de verdade 
Onde me perco de lamparina acesa, a procurar por nós. 
 
Quem há-de subir pelo mesmo pranto até chegar ao íntimo 
Dos dois? 
 
Quem de nós há-de traçar o madeiro onde havemos de morrer 
Depois?

3 comentários:

Anónimo disse...

"Eu completo no meu corpo o que faltou à Paixão de Cristo"

Ailime disse...

Bom dia Senhor Padre,
Este é um daqueles poemas, sublime, que leio em silêncio e fico a meditar.
Ailime ;

Anónimo disse...

Este deixou-me sem palavras, padre.
excelente "cruzar"