terça-feira, janeiro 12, 2021

o nó [poema 297]

Nunca desato o nó como devia, fica apertado 
Como a corda enfeitada de um enforcado 
Engulo o sangue que é sempre o teu 
No cálice, e aperto nas mãos o véu 
 
Dizem que o mar foi feito de lágrimas apertadas 
Contra o céu 
 
Passo as contas pelos dedos, e aperto mais ainda 
O nó na garganta para não chorar 
o adeus

14 comentários:

Anónimo disse...

fiquei com um nó na garganta, padre.
Mas esta frase encheu-me:
"Dizem que o mar foi feito de lágrimas apertadas
Contra o céu"

Anónimo disse...

Tá bom, nó na garganta, fiquei eu...que passas??? Lindo, mas nostálgico. Que Deus abençoe sempre tuas palavras. Seja como for,os sentidos não conseguem diblarem o vêm, seja de onde vier.... triste 😭 adeus.

Confessionário disse...

É um poema para os tempos que vivemos!

Ailime disse...

Bom dia Senhor Padre,
Profundo e belo poema.
Tempos estes que quase não nos deixam respirar.
Ailime

Anónimo disse...

Com a leitura deste belo poema, surgiram-me alguns versos da ode “Tenda” de William Slane. Se a memória não me falha:

“A relva eriçada tendia para o mar
E, dele, em grandes braçadas emergiam
Negras trufas de água salgada
Que baloiçando se ouviam
Nas longínquas grutas
E convexas dunas,
Dois dedos anelados
Repicavam desvelados
E uma voz rebombava – seria a
do mar? – fazei-os cair em meu regaço
Sujeitai-os ao meu crivo,
Naquela duna recaíram
Reluzentes negros
Transplantes picos dourados (…)”

Aparentemente poderão parecer desconexos, mas sei que algures, surgem os «nós», não um mas vários, portanto. Espero que a minha solicitude não ensombre o seu belo poema, Sr. Pe. Confessionário. De qualquer forma, a não publicação, não me melindra.



Confessionário disse...

13 janeiro, 2021 10:15
Não há motivos de censura.. lol

Anónimo disse...

Eh Padre Confessionário com o seu poema quase fiquei também com um nó na garganta. Mas temos o remédio: "Ó Nossa Senhora Desatadora de Nós, com as vossas mãos cheias de amor de Deus, vós desatais todos os obstáculos dos nossos caminhos, como nós que se desfazem e que se tornam uma fita reta do amor do Pai. Desatai, Virgem Mãe, Santa e Admirável, todos os nós que criámos por vontade própria e todos os nós que impedem o nosso caminho. Lançai vossos olhos de luz sobre eles, para que todos os nós se desatem e, para que, cheios de gratidão possamos, por vossas mãos, solucionar aquilo que nos parece impossível". Ó Padre Confessionário, apesar de atrás da "grade do Confessionário" não reconhecer o seu rosto, com grande pena minha, acredito que venera mui...to Nossa Senhora, por isso mando esta oração. Dela retenho esta frase que acho deliciosa: "... nós que se desfazem e se tornam uma fita reta do amor do Pai" como resposta às "lágrimas apertadas contra o Céu" porque "o mar de lágrimas" com a Desatadora de Nós, vai transformar-se num "MAR DE Delícias!"

Anónimo disse...

E a "corda enfeitada de um enforcado" transformar-se-á numa "Coroa dos Louros da Vitória"!

Anónimo disse...

13 janeiro, 2021 12:18

Olha, assim não vale!

Anónimo disse...

Não vale, o que???

Anónimo disse...

Podes dizer-me, o que foi que escrevi que não vale?

JS disse...

Uma sugestão a quem passa pelas caixas de comentários:

Este blog aceita comentários "anónimos". Mas quando intervêm vários "anónimos", torna-se difícil perceber quem disse o quê ou tentar estabelecer um diálogo.

Há sempre a possibilidade de se usar um pseudónimo ou uma sigla para de certo modo identificar os próprios comentários sem se perder o anonimato. É o que eu faço.

Talvez assim seja mais fácil cada um poder indicar a quem se dirigem as próprias palavras, caso esteja a reagir a algum comentário anterior.

Mas também se alguém não quiser simplesmente esclarecer alguma dúvida gerada pelo próprio comentário, ou entrar em diálogo/discussão, é um direito que lhe assiste. Paciência.

Confessionário disse...

Concordo cem por cento com o JS. Bastam umas inciciais, umas siglas, um nome fictício ou pseudónimo. Ajudaria o diálogo.

Nos comentários deste texto, em concreto, a determinada altura fica-se na dúvida de quem pergunta ou quem responde a quem!

Anónimo disse...

Pelo que percebi, há um texto de alguém não identificado e há outro, nao identicado que diz "olha, assim não vale" e quem escreveu o texto perguntou porquê. A minha opinião é que se alguém diz que não vale, deveria dizer porquê. Se não quer responder, acho que não deve questinar. Mas é apenas minha opinião.