sexta-feira, maio 08, 2020

anónimos [poema 257]

Não te sei o nome, ou se o tens
Não te sei dizer
No rosto, mala onde guardas os pertences
Também não te sei o rosto, ou se o tens
No vidro que me parece um espelho
Onde guardamos as vidas dos dois
Não te sei perder
Também não te sei os pertences, ou se pertences
Ao sofrimento que se diz em milhões
A morrer

4 comentários:

Anónimo disse...

Lindo e muito actual, padre.
Chorei

Ailime disse...

Bom dia Sr. Padre,
Rostos, nomes, que não vemos, que não sabemos, que desta vida vão partindo, aos milhões.
Conhecemos apenas a triste realidade que nos angustia e faz pensar.
Bom fim de semana com saúde.
Ailime

Paulina Ramos disse...

Não te sei o nome, nem o rosto...
Sinto-te neste sofrimento que é meu sem o querer.
Sem o desejar, mas grata por o perceber.
Fica bem, com saúde e paz!

Anónimo disse...

numa frase:

Não te sei o nome, ou se o tens
Não te sei dizer

Não te sei perder

A morrer