domingo, maio 03, 2020

brincar às casas [poema 256]

As casas viviam a empurrar as horas
Serviam-nas a desaparecer

Por cada hora empurrada
Uma hora a morrer

Os telhados eram toldos de feira
De circo a viver

Nas paredes cresciam silvas
Subiam e desciam para se esconder

As janelas eram olhos enormes
Sem ver

Não havia portas
Para escrever.

E as casas morriam nas horas
Em vez de ser.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quanto tempo pra fazer, mas saiu simplesmente com muitas vazões máximas de uma forma de orientação, ao ler o poema, estou aqui pensando KD o livro?7🤔🛤️📖

Ailime disse...

Boa noite Sr. Padre,
Um poema muito original de que gostei muito.
Penso que uma metáfora ao que estamos a viver.
Ailime