Era um novelo de lã pequenino, a nascer
Um fio a querer ser muito mais, no coração
Enrolava-se e desenrolava-se,
às vezes dobava-se
Nalguma mão
calejada,
nalgumas mãos de fada
Deixava pontas soltas, para outros nós, a crescer
Era novelo a viver, às vezes sobreviver,
ou repousar
Ia e vinha, como onda de espuma a fazer-se mar
Encontrava-se e perdia-se
no meio dos seus irmãos
Era um novelo, enfim, que um dia Deus fez
Vestido de lã, nas suas próprias mãos
2 comentários:
Que bonitinho, amei
gostei muito, sobretudo da frase: "Ia e vinha, como onda de espuma a fazer-se mar"
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