segunda-feira, dezembro 30, 2013

Amar com a vontade de Jesus

Num dia destes em que Jesus nos disse no Evangelho Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros, no final da missa tomei a liberdade ou decisão, que alguns deverão ter ajuizado como tola, de sugerir que não tivéssemos receio ou pejo em dizer uns aos outros que nos amamos. Fi-lo porque acho que ainda temos muito medo desta palavra. E também para ser exemplo, algo que me saiu de uma vontade estranha, assim como um apetite que surge e não se explica, disse em cada paróquia como gostava deles. Na paróquia maior fui mais longe e acrescentei-lhe uma introdução. Apesar de, às vezes, não gostar de algumas coisitas, gosto muito de vós. Nem sei bem porque fiz tal acrescento, mas ele estava-me no inconsciente. Vieram depois à sacristia algumas pessoas dizer-me que também gostavam muito de mim. Foi muito bom, e espero que a comunidade seja cada vez mais autêntica no legado que recebemos de Jesus. Mas uma Lúcia mais atrevida perguntou porque é que eu tinha dito que não gostava de algumas coisas, mas gostava deles, como se isso não fizesse sentido. Eu respondi, de forma consciente, com a medida do amor de Jesus, pois que Ele também amava as pessoas não porque fossem boas, mas porque Ele tinha vontade de as amar.
 
E assim me despeço deste ano 2013, na expectativa de que o novo ano traga novidades neste nosso espaço: O Confessionário dum Padre

11 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde,
muito bonito!
Os paroquianos que o Sr. Padre tem, alguns, se calhar não sabem o bem que tem, mas tenho a certeza que a maior parte deles tem um sentimento reciproco.
Com umas palavras como estas, ditas durante estes dias, acho que ninguem deve ter ficado indiferente.
Eu que leio estes textos, mais que uma vez, e não ouvi essas homilias,estou com um pouco de "inveja"...
Continue. Amei este texto.
MM

Anónimo disse...

"Ele também amava as pessoas não porque fossem boas, mas porque Ele tinha vontade de as amar."
E é isto que me faz pensar, é este Amor que eu quero tanto experimentar.

Bom ano 2014.

Peregrina Repetente disse...

Olá Padre Boas Festas!
Este post fez-me lembrar uma palestra de um colega seu,em que diz mais ou menos o mesmo e sem querer chocar ninguém é assim:
"Devemos fazer Amor todos os dias com todos os nossos irmãos sem preservativos" ou seja sem barreiras, nem limites, entregando-nos ao outro.
Por isso temos que dizer diáriamente uns aos outros " Amo-te" que é um termo que em português não se usa muito.
PR

Anónimo disse...

Caro amigo,
Tomo a liberdade de ocupar o teu espaço com uma pequena passagem da Mensagem do Papa Francisco para o LXVII Dia Mundial da Paz que se celebra no 1º de Janeiro de 2014.

Bom ano!
LPS



"Nós, cristãos, acreditamos que, na Igreja, somos membros uns dos outros e todos mutuamente necessários, porque a cada um de nós foi dada uma graça, segundo a medida do dom de Cristo, para utilidade comum (cf. Ef 4, 7.25; 1 Cor 12, 7). Cristo veio ao mundo para nos trazer a graça divina, isto é, a possibilidade de participar na sua vida. Isto implica tecer um relacionamento fraterno, caracterizado pela reciprocidade, o perdão, o dom total de si mesmo, segundo a grandeza e a profundidade do amor de Deus, oferecido à humanidade por Aquele que, crucificado e ressuscitado, atrai todos a Si: «Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 34-35). Esta é a boa nova que requer, de cada um, um passo mais, um exercício perene de empatia, de escuta do sofrimento e da esperança do outro, mesmo do que está mais distante de mim, encaminhando-se pela estrada exigente daquele amor que sabe doar-se e gastar-se gratuitamente pelo bem de cada irmão e irmã."

Papa Francisco

http://www.vatican.va/holy_father/francesco/messages/peace/documents/papa-francesco_20131208_messaggio-xlvii-giornata-mondiale-pace-2014_po.html

Anónimo disse...

Começo cada dia pedindo ao Senhor e Autor da Vida que me ensine a viver...A vida é difícil...Mas com a juda d'Ele torna-se fácil e saborosa...

Anónimo disse...

Que bonita forma de amar! Um dia gostava de amar assim também. Bom ano, padre.

Anónimo disse...

Um gesto muito bonito.

Não o conheço pessoalmente mas gosto muito de si.

Feliz ano de 2014!

Moçambicano disse...

Caro Amigo P.e Confessionário,
Car@s Amigos que por aqui passam:

"Um dia gostava de amar assim também" (Anónimo 31 Dezembro, 17:12).
Se Tod@s nós, num "exercício perene de empatia", formos mantendo ao longo da Vida este desejo, é Muito Bom.
Se for possível, acreditando que
"A nossa história, com todas as relações que tivermos criado, todos os amores que tivermos vivido, Deus na sua imensa bondade, está pronto a transfigurar (plenificar). Como Jesus também nós estamos destinados a ser por toda a eternidade inteiramente nós mesmos e inteiramente diferentes, as trevas que há em nós terão sido transformadas em luz.” (Michel Quesnel, ICNE, Lisboa, 2005).

Um Bom Ano Novo!

Um forte Abraço para Tod@s.

Moçambicano

Moçambicano disse...

Não esqueçamos o alerta do Papa Francisco nesta Jornada Mundial da Paz, dedicada à Fraternidade, grosso modo assim:
"Sem a consciência de uma Paternidade comum - a do Deus a que os Homens e Mulheres de Boa Vontade dão tantos nomes -, não é possível uma Fraternidade duradoura".
A História comprova à saciedade a justeza destas palavras.

Outro forte Abraço para Tod@s.

Moçambicano

Anónimo disse...

QUE BONITO...
Se todos nos esforçarmos
e dermos passos para nos aproximar de JESUS e deixar para traz o nosso «EU« O ano 2014 será uma nova realidade que todos desejamos a todos os níveis...

Assim esperamos que o AMOR imenso
de JESUS fortifique as nossas relações uns com os outros na esperança dum mundo melhor...

que saudades destas homilias
envolventes em sorrisos e alegria...
Não estamos muito mal,
mas podia ser muito melhor...

BOM ANO
Um abraço.


A disse...


A experiência de procurar colocar em prática a afirmação: “ Que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 34-35), parece-me impossível. Uma vez que os outros não são Jesus, e nem a Ele se assemelham, a contínua dádiva ao outro do amor, e uma retribuição antagónica onde prevalece o egoísmo, a injustiça parece ser destrutivo a integridade da pessoa e antagónico a uma vida saudável. Se colocarmos o outro sempre em primeiro lugar, sem a ajuda de Deus creio que somos totalmente aniquilados, destruídos, pois que só Deus pode dar a força para suportar a renuncia a si continuamente. Não sei como se possa fazer isso sem Ele, alguém sabe?