Num diálogo com jovens sobre opções e sobre a fé, fazia-se um balanço da caminhada espiritual que cada um estava fazendo. Todos iam falando, uns mais à vontade, outros mais a medo. A Maria, que terminara a catequese de infância e adolescência há três anos, falava sem rodeios. Não era rapariga de faltar às sessões da catequese. E não fazia parte do grupo dos mal comportados. Mas o seu interesse era diminuto, contou. A catequese nunca lhe valera de nada. Ia por ir. Fazia a vontade aos pais e não se importava de acompanhar algumas amigas. Ninguém a interrompeu enquanto falava estas coisas. O resto dos jovens presentes não esboçava sinais de admiração ou de condena. Muito menos eu. Apenas me intrigava que, apesar desse entendimento da catequese, ela estivesse agora ali, presente, por vontade própria, no seio de um grupo de jovens para dialogar e pensar a fé. Até que a Maria concluiu a sua intervenção dizendo: só mais tarde as coisas começaram a fazer sentido. Só algum tempo depois de ter deixado a catequese fui começando a entender como a catequese me fora importante.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "A catequista e o menino"
3 comentários:
Tantas vezes fazemos essa experiência na vida: com os ensinamentos recebidos em casa, com a aprendizagem escolar ("para que serve a matemática?!"), até com o tempo da recruta militar. Não se percebe, não se valoriza, não se gosta... até que passa a fazer sentido, e se torna útil e valioso.
Boa tarde Senhor Padre,
A Maria deu um testemunho verdadeiro da sua caminhada na fé!
Ficou uma sementinha que germinou no tempo que Deus achou oportuno.
Emília
É bom recordar que, para a Igreja, a referência e modelo é a catequese de adultos, nomeadamente o catecumenado/mistagogia. A formação cristã em faixas etárias antecedentes é propedêutica.
Claro que, na prática, isto anda tudo trocado...
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