sexta-feira, junho 07, 2024

Crua [poema 388]

cru, esse espaço cru entre as duas mãos, que não se apertam 
são da mesma carne e do mesmo corpo nu 
a dor enche-se de ar como um pulmão vazio 
clama por um sinal que se torne um cordão umbilical 
 
ai esses tempos antigos que faziam das catedrais 
lugar, 
 
ai esses tempos antigos que construíam capelas no lugar 
do coração 
e eram a Igreja nua 
e crua

1 comentário:

Ailime disse...

Boa tarde Senhor Padre,
Um poema repleto de metáforas tão a meu gosto.
Será que a igreja desses tempos, nua e crua, era mais autêntica?
Emília