Um padre católico zoólogo, de nome Rainer Hagencord, há muito que se preocupa cientificamente com a relação entre o homem e os animais. O padre que, pelo que me foi dado ler, dirige o Instituto de Zoologia Teológica de Münster, é a favor de que haja igrejas para sepultar animais, pois hoje, e cito palavras suas que li, “os animais são membros da família de muitas pessoas”. Como, na sua opinião, o processo de luto requer rituais, há dias manifestava publicamente o seu entusiasmo com a inauguração de uma igreja para animais. Um outro senhor, professor de teologia moral na Universidade Católica de Linz, na Áustria, Michael Rosenberger, a este propósito, informava que as igrejas cristãs evitam os enterros religiosos de animais, mas não existem declarações doutrinais em contrários.
Não sei se é necessário haver declarações doutrinais para justificar a acção pastoral da Igreja. Nada tenho contra o padre Rainer e o seu amor pelos animais. Numa época em que tanto se fala do cuidado da Casa Comum, faz sentido reaprendermos a cuidar dos animais. Contudo, inquieta-me pensar na hipótese dos animais serem considerados membros das famílias, serem tratados como pessoas e, ainda por cima, como se tivessem fé. É, no mínimo, altamente estranho. Carece de uma maior reflexão.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Será que os animais vão para o céu?"
7 comentários:
Vamos por partes.
Essa do funeral religioso também vale para baratas? Para mosquitos? Para lesmas? Ou há discriminação?
É verdade que já se pratica desde há muito a bênção dos animais. Mas a tradição originou-se em contexto de uma cultura agrária, com a qual a malta dos pets tem enormes divergências...
E não deveríamos começar pelo início? Devem ou não os bichanos ser batizados? Alguns deles até já têm padrinhos. E em Setubal parece que as coisas estão agora mais facilitadas...
E por que ignorar a flora? As plantas não têm dignidade? É preciso voltar a estudar Aristóteles para saber que os vegetais têm alma? Vida aos legumes! E aos tubérculos!
Curioso, um campo em que as religiões se distinguem:
Os cristãos não praticam sacrifícios rituais de animais, ao invés dos judeus e muçulmanos.
Mas também não os têm como sagrados, ao contrário dos hinduístas.
Nem os vêem como etapas de reencarnação, como os budistas.
Boa noite Senhor Padre,
Nunca tinha pensado em tal e, embora respeite quem trate bem os animais, como milhões de pessoas o não são, mas daí a serem membros de família não acho lógica nenhuma.
Acho que os homens andam cada vez mais de cabeça perdida.
Ailime
Acho uma enorme tolice.
Não estou a ver como se faz com as moscas e as melgas, pois também são animais criados por Deus!
Entendo que as pessoas se apeguem a animais de estimação, mas não aceito que se tratem como pessoas. Que enorme tolice!
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