Doze funerais são os funerais que um colega amigo teve numa semana destas. Doze funerais são, no mínimo, trinta horas de trabalho doloroso, entre os minutos da celebração, do acompanhamento, da cerimónia no cemitério, da preparação da homilia, da viagem para as comunidades onde se realizam os funerais, e eventualmente de algum momento no velório ou no acompanhamento personalizado com os familiares. Acresce ainda a intensidade emocional de uma celebração de despedida. Doze funerais é quase uma semana de trabalho de um trabalhador comum. Acresce ainda a desorganização do que já estava organizado na vida ministerial do padre. Doze funerais são doze oportunidades de encontro com o Senhor através do limite da vida e da dor. Mas doze funerais também são o cansaço dos padres e a morte das paróquias.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "A minha avozinha"
2 comentários:
Boa tarde Senhor Padre,
A vida de padre não é fácil e, no que a este assunto diz respeito, deve ser bem penosa.
Há toda uma envolvência psico-emocional dificil de gerir, o que torna o vosso ministério ainda mais
digno e merecedor do maior respeito por toda a comunidade.
Ailime
Eis um sério problema pastoral. Mesmo que nos lembremos que a religião nasceu em torno dos ritos funerários; e que o essencial do cristianismo é o anúncio da Ressurreição; e que durante séculos a prática eucarística se alimentou do sufrágio.
Doze funerais. Doze páscoas. Doze nascimentos para o céu. Doze vidas cumpridas, agora nos braços de Deus. Morre a Igreja terrestre, cresce a Igreja celeste.
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