quinta-feira, maio 04, 2023

par e cer [poema 366]

num primeiro momento parecia um sopro 
vindo não sei de onde, mas de algum lado, 
inóspito ou sem nome para se dizer. 

depois, quando me atirou ao chão, parecia 
um vendaval, a passar, entre as casas 
de calcário envelhecido para se parecer.

mas quando a tempestade me levou com ela 
acima do lugar onde a vida parece, 
elevado pela força que, não, perece 
veio a brisa que me fez entender, isso 
que é sempre um sopro, mesmo a morrer 
para o que permanece a viver

2 comentários:

Anónimo disse...

andamos a precisar de "sopros", padre

Ailime disse...

Boa noite Senhor Padre,
Este é daqueles poemas que de tão belo e profundo me é difícil comentar. Depois de o ler várias vezes esta a ideia que prevaleceu:
"A força que não perece". Só pode ser a força do Espírito Santo.
Ailime