terça-feira, novembro 23, 2021

igrejas em saída

Tenho um colega que gosta muito de estar com as pessoas. E faz muito bem. Tem jeito para uns dedos de conversa no café e uma suecada. Tem gosto por falar até mais não no meio dos homens da aldeia e uns copitos. E diz que assim está a fazer o que o Papa Francisco diz da Igreja em saída. E tem alguma razão este meu colega. Estar com as pessoas nas suas vidas, mesmo os momentos de lazer, é sair um pouco de nós para estar com o outro. 
No entanto, este meu colega, sem desprimor algum do que escrevi até aqui, faz também parte daquele grupo de colegas que vive encerrado nos ritos e preceitos do “sempre se fez assim”. Fica-se nas missas a correr e a multiplicar. Talvez lhe falte um pouco mais para entender a profundidade do convite do Papa. Porque a Igreja em saída é ainda mais do que estar com as pessoas em amenas cavaqueiras. Para além de estar com o outro, é sair de nós mesmos e dos nossos comodismos. É deixar de nos colocarmos no centro para colocarmos o outro no centro, a começar pelo nosso modo de assumir o ministério sacerdotal. Ou o modo de ser Igreja. A Igreja em saída é a Igreja que deixa de viver bloqueada por ritos e normativas de séculos passados, como dizia o teólogo espanhol José Maria Castillo. É a Igreja que vive para humanizar este mundo desumanizado. 
 
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO:  "As freiras missionárias"

2 comentários:

Ailime disse...

Boa noite Senhor Padre,
Essa será a forma mais cómoda que o seu Colega tem para sair... E até está com o povo.
Claro que a saída se refere ir ao encontro do outro nas periferias onde existem os desvalidos da sorte, os doentes, os desempregados e também, porque não, os que necessitam de palavras de conforto.
Assim entendo a Igreja em saída.
Continuação de boa semana.
Ailime

Anónimo disse...

A igreja já vem saida desde que Cristo pisou na terra. Sem normativas,regras e grandiosos templos. É pra ser uma igreja caminhante.