quinta-feira, setembro 16, 2021

in-definição [poema 335]

vejo-me em ti, na penumbra dos dias que são noites 
sinto os teus passos pelo toque silencioso do soalho 
perco-me como se fosses apenas minhas entranhas 
há um misto de terror, medo e entusiasmo pelas dúvidas 
serás tu ou serei eu a caminhar por mim adentro? 
serei eu a tua presença nas coisas que desconheço? 
serás tu a noite que parece não querer acordar? 
serei eu a réstia do que sobrou da criação? 
 
vejo-me em todo o lado, como tu és a habitação do mundo, 
nascem arrepios e não é frio. É mesmo não saber nada de ti 
e saber que este nada saber és tu, sempre, mas sempre 
em mim

2 comentários:

Anónimo disse...

interessante e intrigante ao mesmo tempo
gosto muito do modo como terminas os poemas, padre

Ailime disse...

Boa tarde Senhor Padre,
Um poema maravilhoso muito belo e profundo!
Sente-se que Deus o conduziu na construção deste poema que falou fundo ao meu coração.
Adorei, simplesmente, e desculpe-me mas, talvez, um dos seus melhores poemas.
Bom fim de semana.
Ailime