domingo, maio 09, 2021

versos tentados [poema 316]

Tenho vergonha destas palavras 
Que são pequenas e o tamanho diminui de hora em hora 
Pergunto se é um velho a nascer 
Ou uma árvore a minguar 
Se é uma casa a ruir 
Ou a minha vida a crescer. 
 
Vou tímido pelo passeio das palavras que me ensinaram 
A dizer, e que escrevo como se as soubesse dizer por dentro. 
 
E a vergonha entra desavergonhadamente em casa 
E não sei onde dorme, para me deitar com ela.

4 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde Confessionário. Ou me engano muito ou estás mesmo a precisar de um abracinho🤗

Anónimo disse...

Gostei da vergonha desvergonhada, é melhor do que a falta dela🤔

Anónimo disse...

Isto está mesmo mau, sintomas de velhice e não sabe por onde anda a vergonha, ó Padre Confessionário com um pastor neste estado...pobres ovelhas. Ou serão elas as culpadas deste estado?

Ailime disse...

Bom dia Senhor Padre,
Já li várias vezes este poema e fiquei sem voz.
Mas o poeta não tem que se envergonhar.
Por vezes as palavras não dizem o que sentimos e fogem como se o vento as quisesse aprisionar.
Ailime