segunda-feira, março 09, 2020

A igualdade das mulheres na Igreja

Li que um grupo de mulheres em Espanha, católicas assumidas, como se designaram, iam sair às ruas a pedir a igualdade. Li o texto com atenção, mas não o entendi. A peça jornalística referia que iam fazer uma manifestação diante dalgumas igrejas. Continuei a não entender.
Querer mais espaços na Igreja, mais papéis de liderança, mais voz é bom. Querer uma Igreja menos patriarcal e mais matriarcal, dentro dos necessários equilíbrios, é muito bom. É algo que também desejo. Mas invocam o princípio da igualdade e isso da homogeneização é algo que me incomoda. 
É uma tolice quando achamos que somos menos que os outros só porque não fazemos o mesmo. Esta coisa da igualdade impede a nossa diferença. Somos diferentes e precisamos da diferença que cada um é para se fazer a pluralidade e comunhão. Há coisas que as mulheres fazem muito melhor que os homens! E já o fazem em Igreja. E são igualmente Igreja como os homens o são no que fazem. Eu reconheço a corresponsabilidade das mulheres na Igreja. Como reconheço a corresponsabilidade dos leigos no geral. Ou dos religiosos. Ou dos homens. 
Nunca fui adepto do dia das Mulheres, como se houvesse necessidade de um dia para falar da sua dignidade. Para mim todos os dias são das mulheres. Como dos homens. Como da humanidade. Como de Deus.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "A Igreja das mulheres

8 comentários:

Anónimo disse...

Muito obrigada pela preocupação que tu tens. todo carinho entre nós mulheres. Deus. Bjs

Anónimo disse...


Verdadeiramente talentoso este seu último post, pena não concordar inteiramente com ele. Ainda sou do tempo em que os senhores padres achavam que as mulheres, fossem elas quais fossem ficavam lindas de vassoura na mão, a varrer o pavimento da Igreja. Realmente há coisas que os homens nunca farão tão bem como as mulheres e vice-versa, mas, ainda assim, são congéneres. Pois a mim apoquenta-me que as mulheres não possam vir a ser sacerdotisas. Os tempos evoluem - e não estou a falar do clima - pelo não há necessidade de ser mulher por trás ou sob o manto, nem homem também. A conversão nao terá de ser feita em termos de absoluta identidade, nem a igualdade é isso, mas de respeito, pelas competências, vocações e pelo próprio tempo em que vivemos.
Se me disser em que igreja exerce o seu ministérios, poderei organizar a excursão - manifestação, após a Páscoa, claro. Mas agradecia alguma urgência na indicação, por favor, os flyers reclamam algum tempo, e, com sorte, terá uma manifestação em grande.
Desculpe, mas achacou-me e acho que merece mesmo a manifestação (não por causa do que pensa mas que possa representar com mais exactidão o que os outros pensam).~

Sem melindres,

Com toda a minha simpatia,

Uma fervorosa seguidora do seu Blog

Confessionário disse...

10 março, 2020 11:12

Ainda bem que há gente que se questiona e tenta entender para além de si mesmo, minha "fervorosa seguidora". Digo-o com muita sinceridade. Ainda ontem, depois de fazer uma leitura do texto que publicara, me detivera nele a pensar, mais ou menos, no sentido do que referes. Gosto imenso quando alguém me leva a ser mais claro, mais preciso, mais profundo, e por aí fora (parece palavreado, não é?! Mas não...)
Tanta introdução para dizer que a mim tb não me repugna que as mulheres pudessem ser ordenadas, pudessem ser diaconisas, pudessem liderar comunidades cristãs (isto, de certo modo, já o fazem). Vai-se a ver, e elas são as verdadeiras líderes das comunidades! O que me incomoda e que eu quis ressalvar neste texto, é esta coisa moderna ou pós-moderna de querer que tudo seja igual! Com isso não concordo. Uma coisa é o que cada um vale por si e outra o que cada um quer valer pelos outros, pelo valor dos outros, ou por causa dos outros valerem diferente.
Todos temos igual dignidade. Todos somos diferentes. Todos somos iguais em dignidade. Mas todos somos diferentes, na vida, na vocação, na missão. E isso é muito melhor do que sermos todos iguais ou medidos com a mesma medida!

Sem melindres (mesmo mesmo)e com mt amizade

Anónimo disse...

Deus acertou, quando pensou em, trazer uma mulher ao mundo. Isso que foi adaptada em uma costela. Duro que tem os lados moeda. da. E nisso os homens classificam também aos tipos de costelas. Pra meu pensar deve ser o livre arbitro. Que Deus deixou.

Anónimo disse...

Deus acertou, quando pensou em, trazer uma mulher ao mundo. Isso que foi adaptada em uma costela. Duro que tem os lados moeda. da. E nisso os homens classificam também aos tipos de costelas. Pra meu pensar deve ser o livre arbitro. Que Deus deixou.

Anónimo disse...

Penso que somos retrógrados, a mãe de Jesus foi discípula entre os homens, mulher corajosa na época. Mulher da força inabalável de uma fé viva em Deus. Exemplo de vida pra todos em tudo. Simples e poderosa.

Anónimo disse...


Por que morta chegou essa mulher ao mundo, caro anónimo 11/03 - 3:07, acredito que o saiba, o nosso caríssimo Confessionário é que parece andar um tanto ao quanto confuso. Provavelmente filho único. Ou então, somos todos mulheres. Parece-me bem. Já quanto a si caríssimo Confessionário, fico à espera do próximo 8 de Março para que se pronuncie em matéria de igualdade, a qual, presumo, se deverá estender a todos (embora saibamos que um tal desiderato comporta imensas diferenciações).
Pergunto-me, o que, tradicionalmente, não faz um homem na Igreja? Alcançada a quase igualdade, seria muito feio pensarmos apenas em nós.

Ailime disse...

Boa noite Sr. Padre.
Nada a acrescentar. Não posso estar mais de acordo com sua magnífica reflexão.
Aliás, uma reflexão com cabeça, tronco e membros como é seu apanágio.
Obrigada.
Ailime