quinta-feira, março 14, 2019

velho poema [poema 205]

Sou pássaro velho, com asas sem penas,
Perderam-se no último voo, a caminho de ti
Ou regressando de ti, já não sei dizer como foi.
Se foram oferecidas, se foram roubadas,
Se voaram sozinhas, se te ficaram agarradas.

Sou pássaro perdido, sem as penas que perdi,
Me perdi com elas no tempo do voo perdido
Sou pássaro ferido, e por não mais voar,
Troquei minhas penas por penas que são minhas

Ainda me lembro de tempos vividos a voar
O mundo era meu, entre tudo o que era nosso
Essa distância que nos ligava, em cada voo
Em cada lançada de abraços para enamorar

Hoje sou pássaro sem ninho,
Pássaro de asas sem penas,
Pássaro com muitas penas
por não poder voar, mas vou.
Vou por elas, continuar
o caminho até ao ninho
a andar

5 comentários:

Anónimo disse...

ó velho poema, que nunca desistes de continuar!

Unknown disse...

Nossa mui triste padre. Apesar da beleza das palavras

Anónimo disse...

eu não sei se é um poema triste! a mim parece-me que está a dizer-nos que quando já não tivermos asas, mesmo por amor, ainda temos pernas... para andar

Anónimo disse...

Pode andar com penas... será?!

Anónimo disse...

Uhmm, o verso é bonito, mas um pouco triste...
Mas é verdade se não temos asas mas ainda temos pernas para andar...
As penas ás vezes caem, mas voltam a nascer, aos poucos, mas voltam..
Bj