terça-feira, março 06, 2018

sangrar contigo [poema 174]

O peito sangra-me nas mãos,
Com força o aperto, para dessangrar
É um peito erguido, reconheço
Uma ferida aberta para não sarar
Uma dor que não sei se mereço
Uma forma de sofrer ou de rezar

E ali vai o sangue, vai caindo
Pelo meu peito se faz caminho
Sei que vai para não morrer
Sei que procura o seu ninho
É sangue que busca, para não viver
sozinho

Este meu sangue é vida sem o parecer,
Mais do que paixão ou mais do que sofrer
É a maior intimidade do meu ser e querer

Sangrarei contigo, não pararei de sangrar
Para viver

7 comentários:

Anónimo disse...

lindo poema da Paixão

Anónimo disse...

Sangrarei contigo, não pararei de sangrar
Para viver.
Desde de muito tempo,faz sim tempos
o sangrar da alma inquieta, em busca da compaixão,
avido seres sem contexto neste vale,
desiludidos são mas nunca desisto de adentrar,
por mentes coerentes e na busca da comunhão.

francisco disse...

"este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai ser derramado por muitos, para perdão dos pecados" (Mt 26,28)

É realmente magnífico este amor da Graça de Deus que faz tornar-se presente o Senhor em cada Hóstia, em Corpo, Alma e divindade. Tornando presente o sacrifício do Calvário em oferecimento a Deus por nós e para nós em acção de graças, propiciação, petição e louvor e dando-se como cordeiro imaculado, alimento para a nossa santificação e salvação.

Deus ama-nos de muitas maneiras, através da sua providência: a vida natural, o ar que respiramos, o nosso próximo, etc. Deus nos dá tantas coisas, mas há um amor no qual Deus se dá a si mesmo, fazendo-nos participar da sua natureza divina: esse amor é a Graça de Deus, e é um amor que transcende todos os outros amores.

E é na existência desse amor magnífico que devemos ter atenção para não entendermos mal a expressão "tudo é graça", se não fizermos as distinções apropriadas, corremos o risco de cair no panteísmo e naturalismo: porque, se tudo é graça, nada é graça: se não existe o primeiro plano (a ordem natural e o amor providencial), não há nem o segundo (a ordem sobrenatural e a graça).
E isso deve ser bem claro: além da Providência, existe um amor incomum, especial de Deus. E esse amor está contido na Eucaristia.

"agora Cristo reconciliou-vos no seu corpo carnal, pela sua morte, para vos apresentar santos, imaculados e irrepreensíveis diante dele, desde que permaneçais sólidos e firmes na fé, sem vos deixardes afastar da esperança do Evangelho que ouvistes" (Cl 1,22-23)

Anónimo disse...

fiquei a sangrar

Anónimo disse...

Que Paixão por um AMOR maior!
Belissimo!

Anónimo disse...

padre, mas tu tas a sofrer, é?
é que vai aqui uma quaresma, vai vai...

Anónimo disse...

vai pra onde onde este padre; sofrendo tem que ver o caminho...