terça-feira, setembro 30, 2014

Morri [poema 24]

Está fora de questão voltar ao meu corpo
Foi-me dado e retirado para longe de mim
Soltou-se daquilo que eu sou mais.
Enquanto foi, fez-me ser quem sou
Mas agora sou eu que não quero desfrutar do corpo
Está fora de questão concentrar-me nesse efémero
Hoje renasço e quero ser renascido
Não há ventura maior que renascer

7 comentários:

PR disse...

Oh!
"Enquanto foi, fez-me ser quem sou"
Quero morrer...
Quero morrer como a personagem do teu poema...
Quero mesmo.
Quero afirmar convicta que "Está fora de questão concentrar-me nesse efémero "
Mas custa renascer... a "velha fénix" está prestes a entregar todos os pontos...
Parece que cada novo poema supera o anterior... no entanto todos eles são de uma "beleza e profundidade" únicas no contexto em que estão inseridos.

Anónimo disse...

Belo mas duro...

SL

Anónimo disse...

Belo,como sempre.
cada vez que leio (mais) um destes poemas, fico sempre á espera de mais!
Gosto de os ler, sempre várias vezes, mas acho muito dificil fazer um comentário á altura, pois depende muito de quando,quem e em que "circunstâcias" ou "estado de espirito" os escreve.
Continue..., de vez em quando leio a compilação completa.
Bjs

Anónimo disse...

Soltou-se daquilo que eu sou mais...
Nunca nos devemos soltar daquilo em que somos mais, ou então o nosso mais tem de mudar...

Anónimo disse...

a morte não é um mal... doi, mas é um bem... o bem maior

Anónimo disse...

A morte só pela morte nada significa. porque é imposta, porque é orgulho, porque é estratégia, porque é defesa, porque é tantas coisas que a morte não deve ser, mas só O Deus Verdadeiro dá coerência a qualquer morte

Anónimo disse...

O Passageiro

Correm por aqui tantos lugares
E todos eles são passageiros
Com hora prevista de chegada
Ao Terminal Rodoviário.