Que vês tu para além de mim?
Olha-me e diz
Que vês quando olhas
Para mim
Vês quem eu sou
Ou quem é Deus em mim?
Vês o homem que sou
Ou o Deus que existe em mim?
Olha-me e diz
Com verdade me diz
Se eu sou mais do que eu em mim
10 comentários:
Que poema tão duro... para mim...
Gostei muito deste poema.
Desta primeira série, até agora, é aquele que mais me fez pensar e rezar.
Podes continuar a escrever assim.
Simples. Curto. Directo.
Parabéns.
Um abraço
LPS
que vêm os outros de nós?
Lindo Lindo Lindo
Caro anónimo de 01 Fevereiro, 2014 00:00
Porque tem de ser duro?
Amigo Padre, belo poema!
...somos sempre mais do que a visão pode alcançar!
Dizem que os olhos são espelhos da alma... Talvez nos olhos de quem quer respostas as encontre.
SL
Não vamos começar... ;). Envolve muitas coisa da minha vida. Já me fizeram essa pergunta. Estou a ver se consigo responder.
Esse Cristo que sofre,
que se derrama
Pela humanidade árida que não ama
Essa luz celeste, esse feixe fugaz
Que nem tu amparas, quando te dás
Essa voz, que me diz
Que me fala, que me pede
Mas a quem, a minha alma realmente segue?
Essas mãos, que se abrem,
P’ra deixam esvoaçar
Réstias de sonhos, que não podem agarrar
És Cristo que eu vejo,
Eleva-las no altar.
Os teus olhos, a sombra, a penumbra que chora
O homem que se esconde, para que Ele viva
E para que siga,
A vontade que morra,
Quantas vezes entristece, no caminho da vida?
Que não vejo, que não sei
Estou ciente que crês, que te abandonei,
Que te abandonei, que Te abandonei,
Só a sangue se talha,
Os que Eu gerei.
É preciso que deixe sem certezas do amanhã
as quimeras morrerem
os anseios jazerem,
As dúvidas arderem, como coisa vã.
Tão frágil teu olhar
Tão fugaz o respirar…
O que sobra homem de ti, para além de Mim?
O que sobra de ti, para mim,
Senão esse resto de genialidade,
Em que afogamos,
Um no outro,
A nossa Humanidade?
Qual é a essência da tua natureza? O que a valoriza?
Ou valorizas tu, Aquele que ta dá?
É nesta medida ou na medida do mundo, que vejo,
O que em ti Ele será?
Diz-me se o que nos une é sermos pobres passageiros
Ou partículas d’Ele,
Em que somos inteiros?
Cruel é o escudo, onde a dor se forja, de rejeitado,
Tu não vês como Deus já traçou nosso fado?
Quem és tu? Se existes, com que identidade,
Se misturas o que és e Ele É, de Verdade,
Onde começa e acaba
O homem,
E a Divindade?
Diz-me tu, quem me ama
Se é o homem
Ou Deus, que me chama?
Se é o sonho que morre ou
O Céu que reclama?
Diz-me Tu, se És Tu
ou ele que me ama.
Diz-me tu, se sou eu, que te amo
Ou ao Deus que existe em ti?
Pois que nem tu sabes
Porque,
Ambos fazem parte de mim
Diz-me tu, se é por ti que vivo,
E me desespero
Nesta calma imortal, que não cessa e quero …
Se é por Ti,
Se é por ele,
Que eternamente espero...
Mais um belo poema, para pensar e meditar.
"Dizem que os olhos são o espelho da alma... Talvez nos olhos de quem quer respostas as encontre"
Assino por baixo (peço desculpa a quem escreveu este comentário) mas gostei e achei uma resposta muito coerente.
Continue assim...
Bjs
E TU o que vês?
Vês-TE a Ti, ou vês o desejo que está em mim de ser igual a TI.
Tu confessionário és muito mais do que tu em ti.
E o que eu vejo de olhos fechados, quando olho para ti, é um tu, humano, gente, penso numa forma algo "espevitado", pouco paciente no que diz respeito a futilidades, que buscas a essência das coisas pois só dessa forma ficas "saciado". Desta forma vejo o homem que está em ti o homem que tu és.
Mas sinto-te Divino acima de tudo.
Estarei errada certamente mas consigo sentir o homem que alberga Deus em si. Sinto-te homem Total.
Nunca duvides que és infinitamente mais do que tu em ti.
Lindíssimo este teu poema.
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