quinta-feira, janeiro 13, 2011

Até que ponto confias em Deus?

No início de um ano que se nos apresenta com dificuldades prováveis, causadas em grande parte por questões económicas e materiais, não podemos perder a esperança. Esta pode ser uma óptima ocasião para descobrir onde depositamos a nossa confiança, em quê ou em quem confiamos deveras, onde vamos buscar forças para alimentar a nossa esperança. Por isso, surge hoje nova sondagem com a pergunta "Até que ponto confias em Deus?". Não é bem o mesmo que perguntar se tens fé ou se acreditas em Deus. Podes, por exemplo, ter alguma fé, mas depositares mais confiança em ti próprio do que em Deus. Ou até nas tuas capacidades. Ou nos teus bens. Ou nos teus amigos. Ou sei lá. Há tanta forma de confiar muito ou pouco, ou quase nada. Pensa. Reflecte. Não respondas de ânimo leve. Responde depois de pensar e de falar com Ele. Boa sondagem!
Claro que podes (eu diria que até deves) explicar a razão da tua opção nos comentários!

16 comentários:

Anónimo disse...

Olá conf!

Conheces esta expressão: confia em Deus, vai correr tudo bem.
Útilizo-a muitas vezes. Por isso não há explicações para o meu voto, simplesmente 100%, de olhos fechados.

Quanto a anedota do dia, não gostei. Não és tu. Não é o teu genero.Não é a tua linha de pensamentos. Está a mais. Simplesmente não gostei.

Um abraço!
Alexandra

Anónimo disse...

"Reza como se tudo dependesse de Deus; trabalha como se tudo dependesse de ti".

concha disse...

Gostava de ter votado 100%.Mas não votei.Escassamente votei acima de 50%.Se em algumas situações da minha vida, foi nitidamente Deus que interveio,porque nada nem ninguém podia ter intercedido e sem dúvida nenhuma isso mudou bastante a minha maneira de ver Deus,noutras esqueço-O fácilmente e é em mim que confio.Gostei da pergunta,porque respondida com sinceridade nos leva a perceber o que colocamos acima de tudo.

Anónimo disse...

Esta sondagem faz-me pensar muito. Confio Nele. Mas, às vezes, esqueço-me e confio mais nas minhas capacidades ou nas pessoas que me rodeiam.
Nao sei em qual votar!

Anónimo disse...

Moisés, Jesus e um velhote de barbas vão jogar golfe. Moisés taca a bola e ela cai num lago. Com toda a calma ergue o taco, as águas separam-se e ele pode prosseguir o jogo. Jesus joga e a bola, descrevendo um arco, cai no mesmo lago. Sem se preocupar, ele avança sobre a água e fica em posição de prosseguir.
O velhote, desajeitadamente, bate na bola, ela vai cair numa árvore, depois desliza para o telhado de uma casa, desce pelo algeroz, e cai num rio, que a leva até ao lago. Aqui, bate numa pedra e pousa na margem, onde um sapo a engole, mas uma águia, vinda do alto, iça o sapo, voa com ele por cima do campo de golfe até que o sapo vomita a bola e esta cai exactamente dentro do buraco. Moisés vira-se para Jesus e diz:
— É por estas e por outras que eu odeio jogar com o teu Pai.

JS disse...

Alguns apontamentos para uma resposta mais esclarecida à sondagem:

Nota 1

Se se quiser entender o acto de confiança no quadro de uma relação inter-pessoal, "Deus" terá de ser mais que uma ideia ou conceito, abstracto e genérico, filosófico ou trans-religioso. Terá de ser visto numa história, numa narrativa, numa figura.


Assim (tendo em conta o conteúdo deste blog e seu autor), a pergunta deverá ser lida:
"Até que ponto confias no Deus de Jesus Cristo?"
"Até que ponto confias no Deus que se revelou (se mostrou, se deu a conhecer) em/por Jesus Cristo?"

JS disse...

Nota 2

O acesso a um Deus invisível e inefável não nos é directamente possível. Para além de que da pessoa de Jesus nos separam 2000 anos de história (e de ausência corpórea).

Pelo que a relação com Deus só se dá pela mediação e representação, pelos outros que testemunham e pelos sinais que nos falam de Deus.
Que não são Deus. Mas sem eles, Deus não se faria presente e próximo.

Assim, a pergunta é também:
"Até que ponto confias naqueles/naquilo que te falam de Deus?"

JS disse...

Nota 3

A confiança, enquanto segurança, fundamentando a própria vida noutrem, vai a par de uma certa desconfiança. Não propriamente na veracidade do fundamento que é Deus, mas no acto de aceitar que não se é fundamento de si mesmo, que não se pode viver de verdade de forma isolada ou sozinha; e que por isso se está dependente de outro, que não se controla nem se possui, que não se conhece totalmente nem se consegue abarcar.

Resumindo: a confiança é sempre marcada pela fragilidade.

laureana silva disse...

Eu confio na Sagrada comunhão que me alimenta o espírito e me dá forças para todas as contrariedades
que nos vão surgindo no dia a dia. às vezes o mar está bravo e leva tudo à frente. Aí é preciso ter força para aguentar as ondas que vêm contra nós. Ai de mim espiritualmente, fisicamente, socialmente se não fosse Deus. Neste caso, na hóstia consagrada.
Maria

Confessionário disse...

chiça, JS...
lol
e obrigado

Confessionário disse...

olha, JS, a questão tem mesmo a ver com as coisas ou seres ou acontecimentos ou capacidades em que nós confiamos. Dito de outra forma, e de forma simples. Em que confiamos a nossa vida...

Bom, acho que estou a meter os pés pelas mãos...

Eu penso por mim: confio Nele (esse Deus de Jesus); mas confio tb exageradamente nas minha capacidades! Acima de tudo estas. De vez em quando esqueço-me que o que consigo se deve mais a Deus que àquilo que próprio consigo. E quando as coisas correm mal, esqueço igualmente de me confiar àquele que tudo pode!

bem, espero fazer-me entender... hoje tou meio assim.

JS disse...

Ó Confessionário, desculpa lá a verborreia intelectualóide. É que andei a reler algumas coisas do tempo de estudante... lol

Acho que te percebi. Realmente, bastas vezes nos esquecemos de meter Deus na equação da nossa vida e do nosso trabalho. Às vezes por vaidade, às vezes por soberba.

Em certas ocasiões, também nos falta a paciência para esperar pelo trabalho de Deus. É que o tempo de Deus, o Seu ritmo, não é o nosso (ou o que desejaríamos que fosse). Ainda por cima, porque a acção de Deus não é controlável, não pode ser planificada: os caminhos de Deus são mesmo misteriosos; e o Espírito sopra onde quer...

JS disse...

Mas a coisa pode ser ainda mais grave, quando a falta de confiança em Deus é reveladora de um vazio de fé. E que sucede a muito boa gente dedicada ao mundo da religião.

Costumo lembrar-me daquela história do comandante do avião que avisa os passageiros: "Meus senhores, os motores pararam, a cabine entrou em descompressão, o avião está a cair a pique. Agora, só Deus nos pode ajudar".
Um dos passageiros vira-se para a pesoa do lado e pergunta: "O que é que ele disse?"
E a pessoa do lado, que era um padre, responde: "Disse que estamos todos perdidos".

JS disse...

Curiosamente, eu costumo reflectir mais sobre o outro lado da moeda (da sondagem).

Porque frequentemente encontro gente que usa a confiança em Deus de forma desresponsabilizadora. Ou faz do desmerecimento das próprias capacidades pretexto para a inacção e para o distanciamento no serviço.

Se é verdade que temos de confiar em Deus e esperar que Ele faça a Sua parte, também é certo que não cabe pedir-lhe que faça a nossa parte, que resolva aquilo que está nas nossas mãos.

Temos também de confiar em nós mesmos, nas capacidades que Deus nos deu, para cumprirmos a tarefa que Deus nos confiou: passar nos exames; vencer uma doença; criar um filho; cantar um salmo na igreja.

Precisamos de saber confiar num Deus que confia em nós.

D. R. disse...

Boa noite!

Ânimo leve é o que não costumo ter, e esta sondagem foi realmente difícil de responder, confesso.
"Confio em Deus de 75% a 99%" foi a minha opção.
Normalmente, digo que confio totalmente em Deus. Mas esta coisa dos números fez-me ver que, na verdade, as coisas não são bem como eu pensava.
Eu confio em Deus, Ele sabe. Mas, afinal, parece que a minha consciência não me deixou escolher a opção "100%". No momento em que ia validar a resposta, não, não posso fazer isto. Pensei 10 minutos(talvez) até conseguir definir a resposta.
Não pude deixar de recordar que nem sempre confio totalmente n'Ele.
Se confiasse, não andaria sempre preocupada com o dia de amanhã, porque Ele tudo me dá. Se confiasse a 100% não viveria cheia de medos, dúvidas,...

Perdoa-me, Deus. Não confio em ti a 100% :(

Mas Tu já o sabias, não é?

(obrigada, Sr. Padre, por me proporcionar estas reflexões)

Anónimo disse...

Pergunta dificil, que também me pôs a pensar...
É dificil pôr estas questões da confiança em números, e não deveria ser, porque dum ponto de vista puramente lógico, ou se confia ou não se confia, e se se confia, a confiança devia ser verdadeira, total, 100%...
Se me perguntassem se acredito em Deus, responderia mais facilmente e com menos hesitações, mas a verdade é que ainda que acredite verdadeiramente n`Ele, nem sempre confio completamente n`Ele. E esta pergunta vem num momento da minha vida em que, por força das circunstâncias, Ele é o meu único recurso, e mesmo cheia de hesitações e dúvidas me vejo obrigada a confiar inteiramente n`Ele...
Então, confio, ou não confio?
Abraço.
Zu