Peguei nas trouxas do confessionário. Desfiz estradas, curvas, vários quilómetros. Parei para beber e dar de beber ao Corsa. Coisa simples. A rodar. Nas minhas mãos, ultrapassando porches e afins. Não vejo ninguém. Asfalto, apenas. A direcção. Onde quero chegar. Fátima, no fim de semana. Sempre que chego, o cheiro de Fátima faz sentir-me noutro mundo. Parece um país dentro de outro. Sempre que entro no Santuário, rezo… e peco. Rezo, porque o ambiente convida. Peco, porque não consigo deixar de pensar mal de algumas coisas que vejo. Nem vou dizer quais. Aquelas que roçam o paganismo e a crendice. Não discuto. Deus tem lugar para todos. Mas dói. Dói uma fé que não tem nada a ver com a minha. Nem tenho nada contra velas. Aliás, elas elevam-me. Transportam-me a Deus e ao círio. A vela para mim representa sempre a fé. A forma como se usa é que pode ter falta dela. Da fé.
Porém, desta vez, fui a Fátima para um encontro bem interessante. Artes. Evangelização. Pluralidade. Comunhão. Workshops. Oração. Muita música. Entretanto, num descanso. Pausa. Saí do espaço onde estava e desviei a minha direcção para outro espaço. Cheio. Muita gente. Gente de pouca formação. Gentes estranhas. Num momento ouço músicas. Noutro vejo coisas estranhas. A determinada altura, alguém começa aos berros. A gritar como uma gata em cio. Levei a minha mão à cabeça. Limpei o susto. Um grupo de branco. Alvas? Padres? Aproximaram-se do ruído. Fecharam as portas e as cortinas. Ninguém de fora podia ter lugar dentro. Penso que ia ter lugar uma bênção. Depois em conversa com uma amiga, soube algo mais. Um padre com o Santíssimo nas mãos. Atrás pessoas vestidas de branco que eram amparadas por outras. Uma vinha atrás a gemer. Caíam e levantavam-se. A minha amiga ficou tremendamente assustada. Eu fechei também as minhas cortinas. As de fumo não. As da paz. Fiquei muito perturbado com esta minha igreja que não é minha. Onde estou?!
Porém, desta vez, fui a Fátima para um encontro bem interessante. Artes. Evangelização. Pluralidade. Comunhão. Workshops. Oração. Muita música. Entretanto, num descanso. Pausa. Saí do espaço onde estava e desviei a minha direcção para outro espaço. Cheio. Muita gente. Gente de pouca formação. Gentes estranhas. Num momento ouço músicas. Noutro vejo coisas estranhas. A determinada altura, alguém começa aos berros. A gritar como uma gata em cio. Levei a minha mão à cabeça. Limpei o susto. Um grupo de branco. Alvas? Padres? Aproximaram-se do ruído. Fecharam as portas e as cortinas. Ninguém de fora podia ter lugar dentro. Penso que ia ter lugar uma bênção. Depois em conversa com uma amiga, soube algo mais. Um padre com o Santíssimo nas mãos. Atrás pessoas vestidas de branco que eram amparadas por outras. Uma vinha atrás a gemer. Caíam e levantavam-se. A minha amiga ficou tremendamente assustada. Eu fechei também as minhas cortinas. As de fumo não. As da paz. Fiquei muito perturbado com esta minha igreja que não é minha. Onde estou?!
32 comentários:
Falta saber se Cristo ficou lá dentro ou se terá saído, também Ele, cá para fora e dito em coro: Esta não é a minha Igreja!
Abraço
Senhor padre não o quero ofender, mas há padres muito esquisitos.
Há uns anitos decidi ir a Fátima a pé. Há muito que me apetecia. Por mim iria sozinha. Tive medo! Lá fui eu e mais quatro amigas. Excelentes colegas de caminhada! Elas católicas praticantes, eu vou à missa meio ano todos os anos. Não sei rezar, nem entendo nada de religião. Mantenho-me por lá. Achar que Deus existe e tentar ser boa pessoa basta-me.
No dia em que fomos fazer a Via Sacra (agora já sei o nome) o padre passou todo o santo caminho a enumerar desgraças. Não eram só as desgraças; era acima de tudo, o tom de voz com que as dizia. Oooouuuuuuu! Parecia que vinha por ali abaixo o bicho papão que nos ía engolir a todos de uma só vez.
Claro que tudo aquilo era muito agradável para algumas pessoas, sempre puderam chorar e berrar alto e em bom som. Eu cá por mim prefiro o meu travesseiro. Paralelamente, também há pessoas que passam parte do trajecto a tentar andar sempre perto do padre orador. Eu não sei se acham que assim estão mais perto de Deus?!
Eu disse às minhas amigas que se eu estivesse com uma depressão, certamente suicidava-me na hora! Jurei que da próxima vez farei a Via Sacra com os grupos italianos.
Eles sentam-se nas pedras, os padres lêem textos, apreciam o silêncio, rezam. Tudo muito mais agradável!
Realmente existem "fés" muito esquesitas na nossa Igreja. Se a mim dói...a ti ainda mais, que és padre!
Onde estamos?! Tenho vontade de sair daqui ... quero fugir e encontrar gente de fé verdadeira.
Maria João
eu gosto de ir a Fátima..mas nos dias que está pouca gente..13 maio, nem pensar...
pois o que vejo e encontro, faz-me revolta..não é só lá, minha paroquia também...
:-(
As ditas aparições de Fátima nem sequer são dogma de fé. E a Igreja Católica, no início das manifestações populares de cariz espontâneo, opuseram-se firmemente. Porém, começaram a aparecer debaixo da azinheira tida como "sustentadora" da virgem, quantidades importantes de dinheiro e ouro. E aí tudo mudou.
Quem ler os livros atribuídos Lúcia, as suas "Memórias" chega à conclusão de que mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo. É tudo uma mistificação grosseira e parola criada à imagem e semelhança de Lourdes.
E não se percebe porque é que uma mulher que, a acreditarmos naquilo tudo, viu a Virgem Maria e, logicamente, teria muito para contar sem medo de se enganar, foi enclausurada e silenciada...
Claro que a Igreja católica diz que, com verdade ou não, o facto é que o local se tornou um importantíssimo espaço de culto (e pingue fonte de rendimentos), blá-blá-blá...
Lógica pouco aceitável a quem se deveria reger por princípios e não por factos.
Pela descrição, soa a Renovamento Carismático.
Quanto ao estilo, nada que não se veja também em concertos de heavy metal. Uma estranha libertação...
Olá Amigo!!
Pois...o pior é que nem é preciso sair de onde estamos para dizermos tanta vez..."esta igreja que não é minha"...mas,em Fátima também já assiti a alguns episódios...mas mais do pessoal "peregrino", na última vez, durante a Homília havia duas senhoras a meu lado que disticutiam a bom discutir, gesticulavam, falavam alto, palavrões, enfim...tive que as interromper e perguntar se sabiam onde estavam (?), pemsas que sabiam, não! Afastaram-se e continuaram a discutir, nesse mesmo dia, na hora da Comunhão, uma senhora que estava a meu lado ia dizendo:"Ai! eu não vou áquele padre...porque é negro...", eu olhei a senhora, a minha boca abriu-se e afastei-me, e sim, fui Comungar ao padre que era negro!Como vês as pessoas vão, até vão, mas não sabem o que andam a fazer...uma tristeza!
Muita Força para ti!
Beijinhos!
:)
Oh amigo,
pois... Também fico sem palavras perante tantas coisas que presencio!!!
Dói muito porque, apesar de tudo, continuo a Amar esta minha Igreja! Só não posso "compreender" estas crendices!
Continuemos a lutar por uma Igreja melhor!
Um abraço amigo!
É certo que dentro dos chamados "cristãos praticantes", haverá mais religião do que fé, mais superstição do que adesão, mais ritualismo do que conversão.
Mas o me me preocupa mais são os chamados "cristãos não praticantes"! Aqueles que falam sempre contra, mas nunca aparecem, mesmo com as portas escancaradas. Aqueles que fazem da Igreja um "supermercado de sacramentos", pois só aparecem para baptizar, casar, funeral... Aqueles que vão a Fátima, colocam montes de velas, se arrastam de joelhos... e depois na comunidade.... zero compromisso, nunca aparecem, deixam sempre lugar vazio.
Penso estar aqui um grande desafio à Igreja. "Não temais, pequenino rebanho"! Porque continua a Igreja a aceitar estes comportamentos? Porque continua a Igreja a baptizar filhos de quem nada quer com a fé? Só para termos estatísticas? Porque se celebram missas de "corpo presente" por quem, em vida, nunca lá quis pôr os pés?
E depois... um cristianismo cheio de promessas, velinhas, procissões, discussões, mas vazio de COMPROMISSO!
Em quantos rastos de cristãos se pode ter um cheirinho das pegadas de Cristo?
Fico tão triste com isto tudo!
"É tudo uma mistificação grosseira e parola criada à imagem e semelhança de Lourdes."
Ó Deprofundis...
achas, mesmo?
Depois de ter lido o que o deprofundis diz, lembrei-me que, há um tempito atrás, o padre da minha terra leu na missa um pequeno texto supostamente redigido pela irmã Lúcia que me deixou algo surpresa! O texto estava construído com uma linguagem que me pareceu demasiado cuidada para uma mulher daquela geração, daquela origem e sem formação académica. Para além disto, a construção frásica e o próprio pensamento era demasiado elaborado para uma humilde pastora.
É por isso que há muito desisti de entender muitas coisas ditas pela Igreja. Desculpem-me mas parece haver demasiada intervenção humana.
Desculpe padre, mas é o que penso.
Teodora
Teodora, não me parece impossível que uma muloher daquela geração não possa escrever bem!!!
Mas engraçado, mesmo que fosse redigido por outra pessoa, que mal faria se traduzisse o que ela escreveria! Lwembras a Carolina do Pinto da Costa? Achas que ela escrevia aquele livro best-seller?! uiui
DE profundis, eu acredito nas aparições de Fátima. Estudando o fenómeno, percebe-se isso.
è verdade que Fátima deve ter muitos proveitos económicos. Sei de alguns números. Mas não podemos confundir santuário com o resto, à volta. Eu tb nao gosto de muitas coisas em Fàtima. Porém, ao mesmo tempo, gosto de muitas.
Quanto ao seu silêncio ou clausura... Deus não costuma actuar no ruído! nem na publicidade!
Já agora: que Igreja sairá do documento pós-sinodal sobre a eucaristia que vai ser, finalmente, publicado na próxiam terça-feira? Temo que também não seja a minha Igreja; embora falte saber se a minha Igreja anda perto do que devia ser A Igreja...
P.S.: A próxima terça é dia 13. Será coincidência? Ou um sinal?... :)
Padre, por acaso leu o livro da Carolina Salgado? Aquilo é uma bosta (perdoe-me a palavra), isto segundo uma amiga. Eu só consegui ler 10 páginas. Nem cheguei às páginas que relatam os problemas do foro gastrointestinal ou das suas fantasias sexuais! Neste país não faltam best sellers. As tias são todas escritoras de sucesso!
Eu não disse ser impossível uma mulher daquela geração ser capaz de escrever bem. Eu só quis dizer que alguém oriundo de um meio pobre, isolado, em 1917 e sem estudos, dificilmente exprime-se daquela forma. Bem, a menos que a dita senhora tenha estudado depois de passar a viver em regime de clausura.
Não vem mal ao mundo se alguém passou a escrito o pensamento da irmã Lúcia. Agora, do que ouvi, pareceu-me ser matéria demasiado complexa para uma simples pastora de tenra idade se pronunciar, ainda que o tenha feito mais tarde.
Não estou a dizer que as pessoas precisam de ir à escola para serem intelectualmente brilhantes. Basta olhar para o nosso primeiro. Só pode ter ficado pior!!!
Desculpe padre, mas não resisto em dizer mal deste tipo!!! Este fulano não me sai da cabeça!
Teodora
Teodora, os sábios nem sempre são, como até deixaste entrever, os mais doutos! E não, não li essa Carolina. Gostavde deciar mais tempo à leitura de bons livros e não tenho. Só faltava p+erder tempo com esse.
Js, estou um pouco à margem. Ups... nao conhecia essa novidade. Para falares assim, saberás, de certo, qual o conteúdo. Diz, diz!
Eu nunca fui a Fátima, não por nenhum motivo especial, simplesmente nunca surgiu a oportunidade.
Confesso que tenho um bocadinho de curiosidade em ir, nem que seja para sentir aquela Paz tão própria dos santuários. Mas também tenho algum receio de sair de lá mais perturbada do que estava... Pelo que já ouvi e li esse é um sério risco!...
Não percebo o porquê deste gosto de só falar no que não se gosta de Fátima.
Se lá se vêem pessoas a fazer promessas de joelhos, vêem-se mais a rezar na capelinha; se lá houve pessoas que não quiseram comungar das mãos do padre negro, de certeza que houve outras que foram comungar a ele sem se preocupar com a cor da pele; se há pessoas que põem muitas velas, há-as que põem uma só, ou usam as eléctricas ou então que oferecem um ramo de flores; se há gente que lá vai falar alto há também aqueles que lá vão para se confessarem e rezarem junto à capelinha...
Em Fátima podem ver-se coisas com as quais não se concorda, mas não têm de ser obrigatoriamente a maioria: a questão é que se repara mais na folha que cai do que na floresta a crescer.
Eu gosto imenso de lá ir, há lá uma serenidade que me faz sentir em paz.
E sim a irmã Lúcia estudou, aliás foi um dos pedidos que a Virgem de Fátima lhe fez.
Mesmo velhinha, isto segundo as noticias, a irmã Lúcia aprendeu a trabalhar com um computador e pelos vistos muito bem.
Fátima é um local especial onde geralmente recarregamos as baterias.
beijinhos
Passo por cá, costumo passar todos os dias, embora não tenho hábito de comentar, mas hoje tem que ser, estas questões são complicadas, quando vou a Fátima, costumo fechar os meus olhos ao mundo, ficar só para mim, talvez seja egoísmo, mas tem que ser assim, de contrário não conseguiria ir lá, embora adore estar lá; mas não posso ver pessoas que se arrastam, pagando promessas, Deus não quer nada disso, quando é que as pessoas vão entender? Deus prefere o Amor ao sacrifício, eu não sei fazer negócios com Deus, mas pelos vistos há quem saiba, por isso vou fechando os olhos, e procuro estar ali sozinha, sentindo a presença de Deus.
Quanto á cena que descreveste, de facto lamentável, mas há cenas assim, infelizmente, e há padres assim, imagina que uma vez estava na Missa, eu estava no primeiro banco, e o padre quando saiu do altar, dirigiu-se a mim para me dizer uma mentira, na altura acreditei, mas depois com o desenrolar dos factos, vi que tudo tinha sido premeditado, mentiu para mim, para se justificar, sem que eu lhe tivesse perguntado nada, era dia de festa nesse dia, havia procissão, nem imaginas o que chorei, e juntamente comigo, Jesus Cristo, tenho a certeza! Esse mesmo padre contou-me outra mentira gritante, essa vi de imediato que era mentira, durante a Confissão, achas isto normal? Para não contar o inferno que fez passar ao colega que esteve com ele, que o fez sofrer até ás últimas consequências, tudo porque não conseguiu aceitar que as pessoas gostassem dele, e aceitar que o colega tivesse outras capacidades queele não tem,tem outras, que tivesse muito menos hábito e muito mais coração, enfim, e as vezes que foi injusto comigo, que me acusou de coisas que outros fizeram, que me pôs a chorar, e comigo, chorou Jesus Cristo, e eu vou-lhe perdoando, tudo por Jesus Cristo! E também porque entendo que um padre é uma pessoa igual ás outras, no sentido humano da questão, não vejo os padres no pedestal, acho que eles também não querem ser vistos assim...e que de facto também erram, eu até me dou bem com este padre, por contraditório que possa parecer, embora saiba que ele não devia Ter certas atitudes, umas vezes faz-me chorar outras faz-me rir, umas vezes acusa-me, outras pede para eu lhe perdoar...ultimamente até tem corrido tudo bem, e só faço referência a isto, porque achei útil, porque quando vemos coisas que não são boas, temos hábito de começar a disparar em todas as direcções, acusar e colocar tudo no mesmo saco... Há padres assim, é verdade, eu sei que há, mas uns não têm que pagar pelo que outros fazem! E felizmente também, há padres que nos mostram o rosto de Jesus Cristo, e eu conheço alguns, a ti não te conheço, tenho pena, só te conheço pelo que escreves, e o que escreves, sinto que é o que vives, e sinto que és um bom padre. Parabéns! Continua a ser o que és, e a fechar os olhos quando é necessário fecha-los!
Eu continuarei a passar por cá.E a dechar os olhos também de vez em quando, ou quando Ele me disserm para fechar!
Bj
Luisa Oliveira
Ps - Lembrei-me agora que há dias escreveste um post onde era abordado a questão da fé, acrescento aqui, que se eu não tivesse fé, as situações que descrevi poderiam ser aquelas em que as pessoas dizem - “Os padres é que nos tiram a fé!” -, mas a minha fé não está ligada ás pessoas mas a Jesus Cristo, que apenas me pede que entenda que as pessoas, tal como eu, são limitadas, e que por tanto erram, não apenas uma vez, mas muitas, e que perdoe, e que chore, se for preciso, que Ele chorará comigo !
caro confessionário,
talvez o meu comentário fosse mais oportuno via mail, mas como venho comentar um texto publico acho que o devo fazer por aqui.
Em primeiro lugar como padre, por mais que discorde nunca deve dizer "esta igreja que não é minha." Mesmo que o sinta. Agora, pelo menos os padres - a cara forte da igreja - devem falar dela na 1ª pessoa do plural (nossa) e não na 3ª do plural (deles). Deles de quem? Todos os que acreditam fazem parte da igreja incluindo eu. Não temos que concordar acriticamente, mas também não é prudente falar dela como falou.
Aliás, falar da Igreja ou de Deus para agradar a gregos e a troianos, nunca deu bom resultado. Parece-me a mim que nao é esta a Igreja esperada. Portanto, julgo que o confessionário deveria ser mais acutilante e mais claro não só na forma como reaje aos comentários, como à forma de escrita de alguns dos seus posts. Lembre-se, precisamente, do post anterior "preferia não ter padre".
Um abraço e espero que possa ter dado algum contributo. :)
Rafael, em primeiro lugar, agradeço o comentário honesto, sincero e amigo. Um contributo que me obriga a reflectir e colocar em causa de reflexão as minhas posições. Obrigado por isso.
Em segundo lugar, quero afirmar que somos Igreja e não a devemos usar. Eu procuro isso, embora reconheça em mim que posso cair na tentação de a usar. Como padre, podemos cair facilmente nisso. E é nesta questão que se enquadra este post e, como dizes, outros.
E quem é que quer agradar a gregos e troianos?! De certo que não me incluo nesse grupo quando afirmo o que penso e o que sinto, coisas que nem sempre agradam, como deixas claro na observação.
A Igreja que defendo (posso utilizar o verbo no plural, mas prefiro falar por mim) é a Igreja que sinto ser a de Cristo.
Eu gosto muito de Fátima. É um espaço que procuro sempr que posso para estar comigo e com Deus. Mas existe em Fátima um misto de situações que me perturba. Só isso.
Caro Padre amigo “no” Confessionário
Permite-me um comentário ao comentário do J.S.
O Renovamento Carismático Católico tem as “costas largas” e muita gente se pretende “abrigar à sombra” dessa espiritualidade da Igreja Católica.
Fui por curiosidade ao site do Santuário de Fátima ver a programação do fim de semana passado e não identifiquei nada que pudesse estar relacionado com o RCC, embora isso não signifique que não pudesse ser.
O RCC, como tantas coisas na Igreja, tem pessoas que vivem em sinceridade e comunhão, e outras que dele se servem para os seus fins, que poderão ser mais ou menos bem intencionados.
Foi no RCC que ao fim de mais de 25 anos afastado da fé, da Igreja, encontrei em Jesus Cristo sentido para a minha vida, numa vivência da Fé que mudou totalmente aquilo que eu era.
Sou e testemunho isso mesmo no RCC a permanente exigência da fidelidade à Igreja católica e à Sua Doutrina.
Poderia descrever aqui tantos e tantos testemunhos de vivência da Fé, de comunhão com Cristo, de entrega aos outros, de fidelidade à Igreja.
O Papa Bento XVI diz que quando estava, salvo o erro, em Munique deu conta de muitas vocações sacerdotais oriundas do RCC.
No RCC encontrei a Igreja unida sem diferenças entre pessoas e uma extraordinária prática de acolhimento dos outros.
Peço desculpa por esta “defesa” do RCC, se por acaso entendi mal a razão do comentário.
Abraço em Cristo
Eu tambem peco ultimamente, so de olhar para o mamarracho redondo que decidiram construir no meio do recinto, e que sera a "igreja da Santissima Trindade", quando realizo que foi feito com a finalidade primaria de conforto paro clero e associacoes a ele chegado, porque por maior que seja a bendita igreja nunca podera albergar as multidoes dos dias 13!!!
Que pena nao porem esses milhoes ao servico dos pobres e necessitados, como ensinou Jesus o Cristo.
E por essas e outras semelhantes, que cada vez estou menos "catolico-apostolico e romano"
Joaquim, não foi neste fim de semana (faz parte de Arquivos), mas tb não foi o RCC. Aliás, as actividades em que eu estava é que tinham algum (apenas alguma) ligação ao RCC.
E nestas coisas dos movimentos, que são um dos melhores meios de hoje se crescer na fé, pode cair-se em exageros, abusos e em egocentrismo. Tdo depende de cada um que faça parte do movimento. Mas isso é quase geral em todos os movimentos.
Acerca do que aconteceu naquele dia, apenas sei que tinha algo a ver ou com o nome de "Bom Pastor" (já não lembro bem); os padres penso que eram brasileiros; estavam presentes milhares de pessoas.
al cardoso, penso que estás a exagerar, porque se é para 6.000 pessoas, de certeza que não será o clero, dado que nunca chegaríamos a esse número. E que associações estão ligadas ao clero? Não será a Igreja?
Não discuto a grandiosidade ou exagero ou linha da construção, mas vai ser imensamente útil para grandes concentrações. Estou a lembrar, por exemplo, da Vigília Jovem do Fátima Jovem, que tinha de ser organizada em grupos pequenos porque não se cabia na Basílica.
Obrigado Padre amigo pela tua resposta que vem na linha do que eu disse.
Em todo o lado há gente séria e gente que se aproveita ou se deixa "aproveitar".
Reconheço que no RCC acontecem por vezes exageros, mas é isso mesmo que aqueles que nele estão de coração entregue a Deus e à Igreja, tentam emendar com formação aos responsáveis dos Grupos de Oração.
Permite-me ainda uma referência à nova basilica de Fátima.
Eu pessoalmente não gosto do local, que a meu ver tirou "dimensão" ao Santuário.
Mas a basilica nunca foi pensada para o clero ou "associações" a ele ligadas e que eu francamente não sei o que isto quer dizer, mas julgo que se referirá aos Movimentos e Obras, que afinal são Igreja, como muito bem dizes.
Ao que sei, em conversas com o Bispo D. Serafim, a Basilica está estimada, salvo o erro, para receber cerca de 11.000 pessoas e destina-se obviamente àqueles que peregrinam a Fátima, sobretudo no Inverno.
Ao que sei também, não terá "sumptuosidade" mas simplicidade e quanto ao custo e utilização do dinheiro lembro que a Igreja deve ser a "Instituição" que mais serve os necessitados, com as inúmeras associações a Ela ligadas e que o Povo de Deus também precisa de condições para se reunir no culto e celebrações próprias da vivência da Fé.
De resto são sempre assuntos que podem ter visões diferentes.
Abraço em Cristo
Olá Amigo!!
Vejo que isto está animado, e ainda bem!
Há alguns comentários que se insurgem quanto ao que é exposto daquilo que na Igreja é de menos bom, pois eu sou a favor, porque a Missão de um Profeta é Anunciar e Denunciar, e o mundo não deve ser apresentado só cor de rosa, porque ele não é assim, nós sabemos que não é, por isso fico feliz de haver Profetas como tu, que amam a Igreja, e por causa desse amor, denunciam o que não está bem, parabéns!!
È também por causa desse amor que dizes... “ a minha Igreja”...isto é amor puro, genuíno, autêntico...claro que a Igreja é Universal, tu sabes, eu sei, todos sabemos, mas quando dizes “minha”, é algo intimamente ligado a ti, é no sentido do Amor imenso que vejo nas tuas palavras! Mais uma vez parabéns!!!
Continua...PROFETA...a anunciar e também a denunciar!!!
Beijinhos!
Tenho por princípio não responder a quem comenta os meus comentários. Acho que, quem o faz, tem direito à última palavra.
O que nãp quer dizer que, quando me calo, consinto.
Neste caso acho oportuno dar alguns esclarecimentos adicionais.
Ao Fá menor:
No caso de Fátima, tive o cuidado de ler vários livros, nomeadamente os dois das "Memórias de Lúcia". E fiquei estarrecido. Desculpe-me o termo mas, para lá de outros aspectos, acho parolas as descrções que essa mulher faz das suas "visões". Tudo aquilo que ela diz ter visto vem representado nas pagelas (vulgo "santinhos"). Numa das descrições ela chega a afirmar ter visto ao mesmo tempo Jesus nas formas de adulto e criança (!). Diz que o manto da "Senhora" era mais resplandecente que o sol (como se isso tivesse alguma importância para quem não é parolo). Como sabe ela se, como todos nós, nunca olhou o sol de frente? E, se o manto era assim tão brilhante, como conseguiu ela ver através da resplandecência os pormenores que refere(curiosamente os mesmos dos "santinhos)?
E o terceiro "segredo", que trapalhada!
Ao Confessionário
Respeito a sua opinião. Mas não entendo essa do silêncio de Deus. A acreditar no Novo Testamento, Jesus não foi nada silencioso por terras da Palestina... E na Igreja toda a gente fala. A começar pelo Papa. Afinal para que são os púlpitos, as rádios, televisões, jornais, revistas e outras formas de comunicação social que a Igreja usa constantemente? Só a Lúcia é que não podia falar?
Amigo deprofundis, referia-me ao silêncio interior, que vem de dentro.
Quem não fizer esse tempo de silêncio que dê para escutar Deus tb terá dificuldade em falar de Deus!
Concordo plenamento com Deprofundis, li as memórias da irmã Lúcia, ou melhor leram-mas, e fiquei com a mesma sensação, de que algo ali não batia certo...
Apesar de tudo adoro Fátima, que acho um sitio com muita mágia entre outras coisas, menos espirituais...
Beijokas
Andreia Neno
Fátima é sem dúvida um mundo à parte, um espaço sagrado. Já tenho ouvido diversos comentários, de pessoas praticantes enão praticantes, que se referem a Fátima como um local onde se respira santidade, onde se sente mais próximo Deus. Gosto de lá ir, pelo ambiente, pela paz que inspira, pela calma (evito claro está os dias de peregrinação oficial), mas também reconheço que, como em tudo na vida, há pessoas que se aproveitam do fenómeno para enriquecer. Quando olho para a quantidade de comércio que lá existe penso nos vendilhões que existiam no templo e que Jesus expulsou...
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