Há dias, coisa que nem me é comum, estive várias horas ligado à TV, assistindo às novas novelas das nossas televisões. Não vou referir nem o que penso nem os motivos pelos quais perdi ali aquele tempo no sofá, teclando no comando bastas vezes. Houve uma cena de uma delas, das novelas, que me chamou a atenção. O nome é “Jura” ou “Jura-me”. Não juro o nome com certezas. E havia uma senhora, casada, mãe, que decidiu sair de casa, apesar de continuar a amar o seu marido e o seu filho. Assisti à cena. Chorava que nem uma madalena na hora da despedida. O seu coração não queria, mas ela, no seu todo, sentia essa necessidade. Dizia a umas amigas. Amigas na novela, claro. De resto não sei. Que não sabia quem era. Que precisava encontrar-se. Que a rotina e a vida fácil, preestabelecida, cumprindo as suas necessidades, não lhe chegava. Tinha-se perdido na vida que tinha. E apesar de gostar dessa vida, precisava encontrar sentido nela. Não dissera um adeus definitivo ao marido e ao filho. Mas dissera, de alguma forma, à vida que tinha. Queria sentir mais, ser mais. Queria. Queria tanta coisa no meio das lágrimas.
Não sei como será o desfecho desta telenovela. Nem vou saber porque não pretendo ver muito mais. Mas esta situação fez-me pensar. Em quê, perguntou o meu colega enquanto estávamos a almoçar. No grande número de padres, de colegas nossos, que se encontram numa situação idêntica. Não expliquei mais nada, obviamente. Ele entendera o raciocínio e acenou com o rosto conformado, para cima e para baixo.
Não sei como será o desfecho desta telenovela. Nem vou saber porque não pretendo ver muito mais. Mas esta situação fez-me pensar. Em quê, perguntou o meu colega enquanto estávamos a almoçar. No grande número de padres, de colegas nossos, que se encontram numa situação idêntica. Não expliquei mais nada, obviamente. Ele entendera o raciocínio e acenou com o rosto conformado, para cima e para baixo.
12 comentários:
Às tantas saímos à procura de mais, “lá fora”, quando o que queremos está bem próximo de nós. Seria melhor encontrarmo-nos no meio das rotinas da vida. Mas muito mais importante do que encontrarmo-nos é urgente encontrar Deus. Encontrar O seu Caminho; a sua Verdade; a sua Vida. Quando O encontramos, encontramo-nos.
Abraços, amigo padre.
Como sempre, consegues tirar uma lição daquela telenovela, que muita gente achará completamente frívola.
Um abraço
Que bela analogia!
Na verdade, é muito mais fácil olharmos para dentro, bem dentro de nós, e lá obtermos todas as respostas que vêm, obviamente do Alto:
Porque é que é tão dificil enxergar isso???
Eu, como pássaro azul deixo o meu alvitre...observem com atençao, o interior de cada um, claro!
ELE está em nós, com toda a certeza.
Deixo-vos a minha admiração pelos temas tratados neste vosso espaço e um abraço com amiade e carinho.
" Eu fui para muitos lugares, mas só em mim mesmo me encontrei"
...
Para ti,
um maravilhoso abraço.
Prezado amigo,
Acabo de incluir um link de seu blog em http://blogscatolicos.blogspot.com (“Guia de Blogs Católicos”). Gostaria de lhe sugerir a inclusão do link do Guia em seu blog. O objetivo é que todos os blogs católicos possam ser facilmente encontrados em um só sítio. Para que esse objetivo seja alcançado, seria muito importante que seu blog acrescentasse um link para o Guia.
Desculpe fazer essa sugestão neste comentário, mas é que não encontrei um caminho mais adequado.
Em Cristo e Maria,
Danilo
Começo por te agradecer do fundo do meu coração, a mensagem de pesar que me deixaste! obrigado :)
(A minha fé em Deus, faz-me seguir em frente, confiante! A minha preocupação é a minha velha tia, que "acabou" de enterrar o seu último filho!Não encontro palavras para a consolar... apenas oro por ela)
Dei uma "lida" rápidinha pelo post de hoje e gostei imenso, já o imprimi e depois em casa, antes de fazer ó-ó leio... assim, amanhã já comento, ok? Mas com toda a certeza que vou passar por cá muitas vezes! posso? :)
´
Um dia muito florido :)
o sentido da vida... e tantas palavras a mais...
Precisamos de sentir e saber do testemunho de santos dos nossos dias...sobretudo daqueles que vivem o matrimónio... a família....a Igreja precisa novamente de santos de hoje...
Abraços..unidos em oração
Ok, Danilo. Já dei uma espreitadela, e gostei da ideia. Faltam ainda muitos, mas tb é algo que se faz com tempo. Nos meus links há muitos bloues de cariz ou uma perspectiva católica. Há ainda de outras igrejas cristãs. Assim que puder, vou acrescentar teu link.
Obrigado, Flor. Benvinda. Tu não es a Floribela, pois não? hihihi
Deus nos livre da Floriblela ;)
"Pobre, se tens Deus o que te falta? E tu ó rico, se não tns Deus, o que é que tu tens?" - S. Agostinho.
Abraços (gargalhados com o comentário à Flor ah ah! Mas sentidos. Flôr, desculpa que não é nada contigo - ai eu!)
ahahah, Tito. Tens alguma razão. Acredito que algumas pessoas se revejam nela. Mas espero que muitas mais não se revejam. Eu apercebi-me da confusão que se gera na dita novela.
Bom, mas espero que entendas que o texto deste post é em tudo diferente desse raciocínio...
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